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Esther Morais
Publicado em 27 de outubro de 2025 às 10:25
Um simples incômodo ao prender o cinto de segurança do carro mudou o destino de José Simões, hoje com 79 anos. Morador de Jacareí, no interior de São Paulo, ele descobriu que tinha câncer de mama em 1993, aos 47 anos - numa época em que o tema era ainda mais desconhecido entre homens. >
Ao notar um pequeno nódulo no peito, José comentou o caso com um médico amigo, que recomendou a retirada do material para análise. O resultado confirmou um tumor agressivo de grau I. “Meu maior medo era não ver meus filhos crescerem”, lembra. Na época, o comerciante tinha três crianças pequenas em casa e recebeu o diagnóstico com o caçula, então com três anos, no colo.>
Ele passou por uma cirurgia para retirar totalmente a mama direita e enfrentou 40 sessões de radioterapia. A cura foi confirmada cinco anos depois, em 1998. Devoto de Nossa Senhora Aparecida, José atribui a fé, o apoio da família e o acompanhamento médico à vitória contra a doença.>
Mesmo após o tratamento, lidar com a aparência foi um desafio. Por vergonha, evitava ficar sem camisa e demorou a se sentir confortável para voltar à praia. “Foi um processo longo”, admite.>
Com o tempo, transformou a própria história em alerta. Apaixonado pelo São Paulo, participou de uma campanha do clube para conscientizar sobre o câncer de mama masculino e a importância do diagnóstico precoce. Para o filho, vê-lo superar o preconceito e usar sua experiência para orientar outros homens é motivo de orgulho.>
Embora raro, o câncer de mama também atinge homens - cerca de 1% dos casos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A recomendação de especialistas é buscar atendimento ao notar alterações na região do peito, como nódulos, dor, secreção ou mudanças na pele. Early detection salva vidas - e José é prova disso.>
Com informações do g1 Vale do Paraíba. >