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Carol Neves
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 13:51
Mesmo décadas após o crime que chocou o país, a mansão do Campo Belo onde Manfred e Marísia von Richthofen foram assassinados voltou a chamar atenção - agora como um “ponto turístico” da zona sul de São Paulo. Diariamente, jovens munidos de celulares param diante do portão para gravar vídeos e fazer selfies, registrando o local que ficou marcado na história criminal brasileira. >
Nas redes sociais, o imóvel se tornou uma atração para curiosos e influenciadores, que relatam “emoção” ao ver a casa de perto ou falam em “energia pesada” ao se aproximar do portão. Vídeos no Instagram, TikTok e X mostram narrativas entusiasmadas de quem visita o local.>
Mansão da Família Richthofen
O movimento constante, no entanto, tem incomodado os moradores da rua. Maria Emília de Médicis, 56 anos, vizinha da mansão, desabafou falando com o jornalista Ullisses Campbell, de O Globo. “Temos medo de que vire refúgio de assaltantes que atuam na região”. A preocupação é reforçada pelo fato de que o imóvel permanece fechado, sem vigilância, aumentando o risco de servir como esconderijo para criminosos.>
A mansão já passou por uma reforma externa há alguns anos, mas, segundo o colunista, continua completamente depredada. Maçanetas foram arrancadas, a caixa de correio desapareceu, o matagal tomou conta do terreno e a fachada branca perdeu o brilho. O imóvel tem sido saqueado ao longo dos anos, uma situação debatida em reuniões da Associação de Moradores do Campo Belo, que pretende cobrar providências do proprietário.>
O atual dono da propriedade contou ao colunista que adquiriu o imóvel sem saber da tragédia envolvendo a família e não tem planos de morar ou vender o local no futuro próximo, embora mantenha o IPTU em dia. “Todos os dias tem gente lá fazendo fotos, selfies e vídeos. Isso causa muito incômodo”, lamentou.>