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Mal do século: por que tem crescido os diagnósticos de transtorno de ansiedade

Psicóloga clínica explica números alarmantes de casos

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 7 de julho de 2025 às 06:00

Ansiedade
Imagem ilustrativa Crédito: Shutterstock

A ansiedade é um sentimento natural que pode ser impulsionado por situações ameaçadoras que causam preocupação. O problema, no entanto, é quando essa sensação surge de forma excessiva, a ponto de comprometer a qualidade de vida. Quando isso acontece, ela é classificada como um transtorno, que tem acometido cada vez mais as pessoas em todo o planeta.

Conhecido como o mal do século, o transtorno de ansiedade pode ser desencadeado por diversos fatores. Um deles é o imediatismo do mundo contemporâneo. Quem explica é a psicóloga clínica Nili Brito. "A gente vive numa sociedade imediatista. E essa sociedade é o quê? Ela, a todo momento, nos impõe pressões sociais, seja pressão estética, seja pressão de produtividade, seja pressão de estar sempre em movimento. Isso acaba causando, em muitas situações, um desgaste muito grande emocional, uma exaustão emocional", diz.

"A gente precisa entender cada realidade de cada paciente que chega no consultório, entender a história de vida desse paciente, entender a realidade que se encontra, para a gente poder fazer esse acompanhamento individualizado, até porque cada sujeito é subjetivo e é constituído por uma história de vida diferente", complementa.

A 'epidemia de ansiedade' é evidenciada por meio dos números da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2023, 328 milhões de pessoas tinham transtorno de ansiedade no mundo, o que representa 4% da população global. Deste número, 56 milhões eram brasileiros, o que equivale a 26,8% da população brasileira. Em 2019, aliás, a OMS apontou que o Brasil é o país mais afetado por transtornos de ansiedade. A reportagem tentou dados de Bahia com a Secretaria de Saúde do estado (Sesab), mas não há um recorte estadual.

O que piora a situação é que apenas uma em cada quatro pessoas afetadas pelo transtorno recebe tratamento em todo o planeta. Isso pode ser explicado pela falta de acesso à psicoterapia e pelo estigma histórico em relação aos cuidados mentais.

"É importante divulgar a importância da saúde mental até para a gente reduzir esse estigma de que saúde mental é uma vergonha, esse julgamento de quem procura acompanhamento, quem procura cuidar da saúde mental. E uma coisa muito importante é que a gente precisa reconhecer e se permitir a desacelerar", continua Nili.

Para Neli, desacelerar é uma forma de autocuidado. "Quando a gente não descansa, não consegue parar para olhar para si mesma, para fazer um autocuidado. E autocuidado envolve muitas coisas, até você parar para olhar para si mesmo já é um autocuidado. Então, é importante a gente valorizar esse tempo, esse espaço, você com você mesma, você se entender, a questão do autoconhecimento", pontua.

Mulheres são mais afetadas

Mulheres entre 25 e 45 anos são as mais afetadas. Segundo Neli, a sobrecarga emocional do acúmulo de diversas funções explica isso. "Ainda com esses diversos papéis, seja no profissional, na maternidade, como esposa, como filha, enfim, em diversos papéis, tem também essas cobranças sociais. A cobrança da sociedade com corpo ideal, essa questão do perfeccionismo, que é algo ilusório, que é uma idealização que acaba gerando muita frustração", pontua.

5 sintomas de alerta 

Nervosismo: Sentir-se nervoso com frequência é um sinal clássico de ansiedade, podendo se manifestar como inquietação, agitação ou uma sensação de tensão.

Dificuldade para dormir: A ansiedade torna mais difícil relaxar o corpo e a mente, o que causa insônia ou sono de baixa qualidade do descanso.

Falta de concentração: Dificuldades para focar nas tarefas diárias são um sinal claro. A mente pode estar tão sobrecarregada de preocupações que fica difícil se concentrar em atividades simples.

Aumento da frequência cardíaca: Sentir o coração disparar sem ter uma causa clara que pode surgir em situações cotidianas ou em momentos de estresse é uma resposta física comum à ansiedade.

Mudanças de apetite: A ansiedade também pode levar a mudanças no apetite, causando tanto a perda de interesse por alimentos quanto a compulsão por comer.

Diagnóstico tardio

O maior risco do diagnóstico tardio é o desenvolvimento de outros transtornos. "Como não está sendo feito o tratamento, o acompanhamento adequado, esses riscos acabam também levando para o desenvolvimento de novos transtornos, como depressão e compulsão, outras questões que podem estar cada vez mais se intensificando de forma agravante", finaliza Neli. É importante identificar os primeiros sintomas para buscar ajuda especializada, a fim de controlar a ansiedade e evitar que ela piore com o tempo.