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Elaine Sanoli
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 19:39
Durante ações da Operação Carbono Oculto 86, ao menos 49 postos de combustíveis foram interditados em cidades dos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), a operação investiga a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em residências e empresas ligadas aos principais investigados, além de realizar o bloqueio de bens e contas bancárias das empresas listadas, na manhã desta quarta-feira (5).>
Segundo as investigações, o grupo paulista utilizava uma complexa rede de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio. Tradicionalmente ligado ao tráfico e à lavagem de dinheiro, o PCC teria expandido sua atuação para o setor de combustíveis, utilizando “laranjas” para movimentar milhões de reais em operações suspeitas. Além da lavagem de dinheiro, a investigação detectou um padrão de fraudes graves: adulteração de combustíveis, prática que causa prejuízo direto ao consumidor, riscos à segurança e evasão fiscal.>
Operação Carbono Oculto 86
De acordo com informações do G1 PI, a lista dos postos interditados inclui:>
Teresina
Parnaíba
Altos
Lagoa do Piauí
Picos
Canto do Buriti
Uruçuí
Oeiras
Miguel Leão
São João da Fronteira
Demerval Lobão
Dom Inocêncio
Segundo a SPP-PI, a investigação teve início após a venda da Rede de Postos HD para a Pima Energia Participações Ltda, empresa criada apenas seis dias antes da assinatura dos contratos.>
Há indícios de que a compradora funcionava como empresa de fachada, ligada ao Jersey Fundo de Investimento em Participações e à Altinvest Gestão de Recursos — nomes já citados na Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Receita Federal e pelo Ministério da Justiça em agosto de 2025, que desmantelou um esquema de R$ 52 bilhões comandado por integrantes do PCC no setor de combustíveis.>
De acordo com a Polícia Civil, apesar da venda, os postos continuaram sendo administrados pelos antigos proprietários. Além disso, as novas empresas eram formalmente chefiadas por ex-funcionários dos mesmos empresários — pessoas com perfil socioeconômico incompatível com o de donos de holdings milionárias.>
As autoridades já mapearam mais de 70 empresas envolvidas no esquema, incluindo postos, construtoras, distribuidoras, transportadoras e fintechs.>
As provas reunidas pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Piauí (LAB-LD/PC-PI) confirmam que os fundos e empresas que compraram os postos piauienses estão diretamente vinculados aos alvos da Operação Carbono Oculto, deflagrada em São Paulo.>
Entre os nomes em comum está Rogério Garcia Peres, gestor da Altinvest, apontada como uma das principais fintechs usadas pelo PCC para movimentar recursos de origem ilícita.>