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Carol Neves
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 08:57
O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) anunciou nesta terça-feira (7) a suspensão do resultado de um concurso público, após a Polícia Federal iniciar uma operação que investiga uma quadrilha suspeita de fraudar exames em pelo menos três estados do Nordeste - Pernambuco, Paraíba e Alagoas. A banca responsável pelo concurso, Fundação Getúlio Vargas (FGV), informou que o cronograma seguirá suspenso "até que todos os fatos sejam esclarecidos". As informações são do portal G1.>
Entre os investigados está a advogada recifense Laís Giselly Nunes de Araújo, de 31 anos, aprovada em quinto lugar para o cargo de Auditora de Controle Externo em Tecnologia da Informação, com 67 pontos na prova objetiva. >
Segundo a Polícia Federal da Paraíba, ela é suspeita de envolvimento em 14 fraudes em concursos públicos, com registros que remontam a 2014, ano em que passou em sua primeira seleção, na Autarquia Municipal de Trânsito de Ipojuca. Desde então, acumulou aprovações em órgãos como Ministério Público de Pernambuco, Prefeitura do Recife, Instituto Federal de Pernambuco, Prefeitura de Campina Grande e Universidade Federal de Pernambuco, onde chegou a ser nomeada servidora.>
Cinco dicas para se preparar para concursos
O inquérito aponta que Laís também foi aprovada em 2022 no curso de medicina da UFPE. Também é citado na investigação Luiz Paulo Silva dos Santos, natural do Cabo de Santo Agostinho, suspeito de fraudar mais de 67 concursos, incluindo o Concurso Nacional Unificado (CNU) do ano passado.>
Segundo a PF, o grupo criminoso contratava pessoas com conhecimentos avançados para resolver questões das provas e repassar os gabaritos a candidatos interessados. A operação, chamada Última Fase, foi deflagrada em 2 de outubro, com mandados cumpridos em Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Passira, Araripina, Maceió, Marechal Deodoro, João Pessoa e Patos. Três pessoas foram presas preventivamente, além de apreensões de veículos, computadores, celulares e dinheiro.>
O TCE-PE destacou que, diante das evidências levantadas pela PF, já está tomando medidas junto às autoridades policiais e judiciárias para preservar a integridade do concurso. "O TCE-PE, como instituição de controle externo que tem o dever constitucional de zelar pela regularidade das admissões de pessoal da gestão pública, será intransigente na defesa da lei, da meritocracia e do interesse público", diz a nota oficial.>
As investigações indicam irregularidades no CNU de 2024, nas seleções das Polícias Civis de Pernambuco e Alagoas, da Universidade Federal da Paraíba, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.>