Veja quem são as pessoas mortas na megaoperação do Rio de Janeiro
Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou lista parcial nesta sexta-feira (31); 99 mortos foram identificados até o momento
Maria Raquel Brito
Publicado em 31 de outubro de 2025 às 17:32
Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil
A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou 99 das pessoas mortas durante a megaoperação realizada na última terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha. A identificação parcial foi divulgada em entrevista coletiva nesta sexta-feira (31). >
A intervenção deflagrada para conter o avanço do Comando Vermelho (CV) em territórios do Rio de Janeiro se tornou a mais letal do estado, com mais de 100 mortos. Os números oficiais atualizados apontam 117 mortes, mas o total pode ser muito maior. Isso porque, quando a contagem das polícias estava em 64 óbitos, os moradores haviam encontrado outros 68 corpos na mata – o que elevou o número a pelo menos 132 vítimas.>
Corpos foram deixados em praça no Rio
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Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro por Tomaz Silva /Agência Brasil
De acordo com a Polícia Civil, dentre os identificados, 42 possuíam mandados de prisão pendentes e pelo menos 78 apresentavam histórico criminal. Todos os corpos passaram por perícia, em esquema especial que reuniu a Polícia Civil e o Ministério Público, e 89 foram liberados para retirada pelos familiares. >
Segundo a instituição, seis dos mortos identificados até o momento são baianos, cujos nomes não foram especificados. Além da Bahia, parte dos 99 nomes reconhecidos é oriunda de outros estados: 13 do Pará, sete do Amazonas, quatro do Ceará, um da Paraíba, quatro de Goiás, um do Mato Grosso e três do Espírito Santo. Pelo menos um terço dos presos na operação também é de fora do Rio de Janeiro.>
Segundo o governador carioca, Cláudio Castro (PL), frente aos resultados da operação, o “trabalho de investigação e inteligência foi adequado, todos perigosos e com ficha criminal”. A megaoperação policial soma mais óbitos que o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, que deixou 111 mortos. >
Em vídeo divulgado pelo ativista Renê Silva na quarta-feira (29), é exibida uma fileira de corpos no chão, alguns cobertos por panos e outros sem qualquer proteção. “Esses são os corpos que não foram levados para o hospital”, relata.>
Uma moradora, que diz ser mãe de um dos mortos, fala com a imprensa presente no local, critica a ação policial, chamada de "chacina", e afirma que os mortos vão chegar a 200. "Tudo ordem do Estado, do governo (...) Isso é certo? Mandar matar? Duzentas pessoas foram assassinadas pelos bandidos. Polícia é bandido protegido pela lei", afirma.>
Entre as vítimas da operação estão também quatro agentes das forças de segurança, cujas identidades já haviam sido divulgadas. Foram dois policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e dois da polícia civil. Os PMs foram identificados como os sargentos Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, e Heber Carvalho da Fonseca, 39. Já os policiais civis mortos são Rodrigo Velloso Cabral, 34, e Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51.>
Confira a lista parcial divulgada pela Polícia Civil do Rio: