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'Polícia é bandido protegido pela lei': moradores protestam após operação com 128 mortos no Rio

Comunidade amanheceu com fileira de corpos no meio da rua

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 10:09

Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro
Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Moradores do Complexo da Penha protestaram na manhã desta quarta-feira (29) após a operação mais letal do estado do Rio de Janeiro. Pelo menos 128 pessoas morreram - a contagem oficial das autoridades é de 64 mortos, mas os moradores levaram mais 64 corpos desde a madrugada de hoje para a Praça São Lucas.

Em vídeo divulgado pelo ativista Renê Silva, a fileira de corpos no chão é exibida, alguns cobertos por panos e outros sem qualquer proteção. "Esses são os corpos que não foram levados para o hospital", relata.

Uma moradora, que diz ser mãe de um dos mortos, fala com a imprensa presente no local, critica a ação policial, chamada de "chacina", e afirma que os mortos vão chegar a 200. "Tudo ordem do Estado, do governo (...) Isso é certo? Mandar matar? Duzentas pessoas foram assassinados pelos bandidos. Polícia é bandido protegido pela lei", afirma.

Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro por Tomaz Silva /Agência Brasil

Depois, ela fala do filho. "Meu filho se entregou. 'Eu estou me entregando para ser algemado'. E mataram. Um assassinato, uma chacina dessa. Por que direitos humanos apareceram hoje? Por que ontem ninguém apareceu? Reportagem, ninguém subiu. A imprensa agora está aqui. Foi chacina, só tiro no rosto e na cabeça. O que é certo pro Estado, é isso aí? Governador era para estar aqui, ele não mandou fazer a merda?", questiona, aos gritos.

Os mortos encontrados hoje não estão na conta oficial de 64 mortos durante a operação desta terça-feira (28). A Secretaria da Segurança do Rio informou que uma perícia vai determinar se as mortes têm relação com a megaoperação. Os corpos estariam até então na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, área que concentrou os intensos tiroteios entre policiais e traficantes. Moradores afirmam que ainda restam mortos no alto do morro e o número pode subir.

Operação mais letal do Rio

Na terça-feira (28), o governo do Rio anunciou que 60 suspeitos foram mortos e quatro policiais perderam a vida durante a megaoperação que envolveu também o Complexo do Alemão. Esta é a operação mais letal da história do estado, de acordo com as autoridades.

A nova ofensiva integra a Operação Contenção, ação permanente do governo do Rio para conter o avanço do Comando Vermelho em territórios do estado. Ao menos 2.500 agentes de diferentes forças de segurança foram mobilizados para cumprir cerca de 100 mandados de prisão.

Assim que as equipes chegaram às comunidades, ainda de madrugada, traficantes reagiram com tiros e incendiando barricadas, segundo as autoridades. Imagens registraram quase 200 disparos em apenas um minuto, entre fumaça e confrontos intensos. A Polícia Civil informou que, como resposta, criminosos também lançaram explosivos por drones, enquanto outros fugiram em fila indiana pela parte alta do morro, cena que remeteu à fuga em massa durante a ocupação do Alemão em 2010.

Tags:

rio de Janeiro Comando Vermelho