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Moradores levam mais de 50 corpos para praça do Rio um dia após operação mais letal da cidade

Comunidade relata mortos deixados na mata após ação policial que já soma ao menos 64 óbitos

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 07:25

Corpos foram levados para praça e cobertos
Corpos foram levados para praça e cobertos Crédito: Raull Santiago/Arquivo Pessoal

A madrugada desta quarta-feira (29) começou com moradores do Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, levando pelo menos 64 corpos até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das vias mais movimentadas da região. O gesto ocorreu após a operação considerada a mais letal já registrada no estado. 

Segundo informação do portal G1, a ideia é que isso ajude familiares das vítimas a reconhecerem os corpos. Os mortos encontrados hoje não estão na conta oficial de 64 mortos durante a operação desta terça-feira (28). A Secretaria da Segurança do Rio informou que uma perícia vai determinar se as mortes têm relação com a megaoperação. Os corpos estariam até então na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, área que concentrou os intensos tiroteios entre policiais e traficantes. Moradores afirmam que ainda restam mortos no alto do morro.

Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro por Tomaz Silva /Agência Brasil

O ativista Raull Santiago ajudou no resgate dos corpos. “Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. É algo novo. Brutal e violento num nível desconhecido”, disse ele ao site. "Os corpos que encontramos na mata estão sendo trazidos para a PRAÇA SÃO LUCAS, na José Rucas. Já são 37 corpos aqui e mais 13 descendo", escreveu em uma rede social. 

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou que já foi informado sobre os corpos e que o caso está sendo apurado.

Mais cedo, moradores também levaram seis corpos de Kombi até o Hospital Estadual Getúlio Vargas. O veículo chegou em alta velocidade, deixou os mortos e saiu rapidamente logo em seguida.

Vias desbloqueadas

Segundo a Prefeitura do Rio, por volta das 3h30 desta quarta-feira (29), todas as vias da cidade já estavam liberadas após os bloqueios promovidos pelo Comando Vermelho em represália à megaoperação policial realizada na terça (28). A última via a ser desbloqueada foi a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, sentido Jacarepaguá, às 2h45, segundo o Centro de Operações e Resiliência (COR).

Antes das 6h, o prefeito Eduardo Paes destacou que o município retornava ao Estágio 1, de normalidade, depois de permanecer cerca de 16 horas em Estágio 2, nível que indica ocorrências com alto risco de agravamento. Ao longo do dia anterior, criminosos tomaram 71 ônibus e interromperam o funcionamento de 204 linhas, usando os veículos como barricadas em diferentes pontos da cidade.

Operação mais letal do Rio

Na terça-feira (28), o governo do Rio anunciou que 60 suspeitos foram mortos e quatro policiais perderam a vida durante a megaoperação que envolveu também o Complexo do Alemão. Esta é a operação mais letal da história do estado, de acordo com as autoridades. 

A nova ofensiva integra a Operação Contenção, ação permanente do governo do Rio para conter o avanço do Comando Vermelho em territórios do estado. Ao menos 2.500 agentes de diferentes forças de segurança foram mobilizados para cumprir cerca de 100 mandados de prisão.

Assim que as equipes chegaram às comunidades, ainda de madrugada, traficantes reagiram com tiros e incendiando barricadas. Imagens registraram quase 200 disparos em apenas um minuto, entre fumaça e confrontos intensos. A Polícia Civil informou que, como resposta, criminosos também lançaram explosivos por drones, enquanto outros fugiram em fila indiana pela parte alta do morro, cena que remeteu à fuga em massa durante a ocupação do Alemão em 2010.

Tags:

rio de Janeiro Operação Policial