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Flavia Azevedo
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 05:00
Mirtes Santana, mãe de Miguel que morreu aos cinco anos em 2020 ao cair do nono andar de um prédio de luxo no Recife, foi a convidada do Fantástico para o quadro Negritudes neste domingo (28). >
Na conversa, ela falou sobre a lentidão da Justiça, como transformou a dor em aprendizado e os planos de atuar na promotoria.>
Na época da tragédia que comoveu o país, Mirtes trabalhava há quase quatro anos como empregada doméstica do casal Sari e Sergio Corte Real. Enquanto passeava com o cachorro a pedido da patroa, deixou Miguel sob seus cuidados. Ao voltar, encontrou o filho já sem vida.>
Sari Corte Real foi autuada por homicídio culposo e liberada mediante fiança. Em 2022, foi condenada a oito anos e meio de prisão. A defesa recorreu e, em 2023, a pena foi reduzida para sete anos, decisão que não teve unanimidade. Atualmente, Sari aguarda em liberdade a definição da sentença.>
Para Mirtes, a demora da Justiça ainda "dói e machuca". Ela afirmou que precisa que o caso do filho seja concluído para sentir que cumpriu sua missão de mãe e honrar a memória de Miguel.>
A dor se transformou em força para estudar. Mirtes ingressou em direito e desenvolveu um Trabalho de Conclusão de Curso que recebeu nota 10, abordando o trabalho análogo à escravidão entre trabalhadoras domésticas no Brasil.>
Atualmente, ela atua como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa de Pernambuco, aplicando o que aprendeu na faculdade. Com a formatura próxima, Mirtes planeja ser aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil e, futuramente, trabalhar na promotoria.>
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