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Bruno Wendel
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 15:31
Geralmente, as empresas fecham no primeiro ano de funcionamento por problemas financeiros, falta de gestão e dificuldade de vendas. Mas uma lavanderia no bairro da Pituba, em Salvador, faliu por outro motivo: a criminalidade. A loja na Rua Piauí foi arrombada duas vezes neste ano, em 11 meses de funcionamento. O caso mais recente aconteceu na tarde do último dia 4 e foi registrado por câmeras. >
Pouco depois das 14h, um homem de camisa cinza, bermuda, chinelo, com uma sacola e chupando uma manga, entra na lavanderia e senta-se em um banco – a loja é um ponto de autosserviço, onde os clientes podem lavar e secar suas próprias roupas com máquinas industriais. Instantes depois, ele consegue arrombar com chutes a porta que dá acesso à parte interna do estabelecimento e leva um aspirador de pó. >
Em maio deste ano, a lavanderia foi invadida à noite. Desta vez por um idoso. As câmeras o registraram levando cestos de plástico. “Acredito que sejam usuários (drogas) porque por aqui tem muito esse pessoal que rouba fios de cobre. Eles, quando estão sob efeito da droga, pegam tudo o que há pela frente”, diz o dono. >
Lavanderia na Pituba fecha após arrombamentos
O empresário disse que investiu R$ 200 mil no negócio, hoje é de R$ 250 mil. “Já quebraram as minhas câmeras de fora, que tive que consertar. Tentaram levar as grandes e o motor do portão elétrico. A gente deixa de ganhar porque a loja fica parada, fazendo os consertos internos para levar as coisas, acabam destruindo outras”, declara. >
A decisão de encerrar o ponto não foi fácil. “Perdi todo meu investimento do que seria minha saída, já que ninguém contrata quem 50+ (tenho 51), mesmo com 30 anos de experiência. Peguei a minha rescisão e fui forçado a empreender, mas é difícil, porque a cidade está entregue aos bandidos. Se eu abrir 10 vezes, vão arrombar 10 vezes. Por isso decidi fechar”, lamenta o empresário. >