Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

O limite invisível do Bahia: quando a estrutura não se transforma em ambição

Depois de flertar com sua melhor campanha na Série A, time entra em má fase, repete padrões antigos e levanta dúvidas sobre mentalidade competitiva

  • Foto do(a) author(a) Miro Palma
  • Miro Palma

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 10:01

Jogos do Bahia na temporada
Técnico Rogério Ceni Crédito: Letícia Martins e Rafael Rodrigues/ EC Bahia

O Bahia vive um momento de oscilação preocupante no Campeonato Brasileiro. Após flertar com a melhor campanha da sua história no primeiro turno e chegar a emplacar uma sequência invicta de nove jogos, o time entrou em uma espiral descendente de desempenho que começa a comprometer suas pretensões na temporada. A derrota por 3x1 para o Vasco, fora de casa, escancarou um problema que vai além de um simples tropeço: o time perdeu a solidez.

É verdade que o Esquadrão vinha superando as expectativas no início da competição. A equipe se mostrou organizada, competitiva, e por vezes dominante — especialmente na Arena Fonte Nova, onde construiu boa parte de seus melhores resultados. Mas esse brilho vem se apagando nos últimos jogos. Já são quatro partidas sem vencer na Série A, incluindo derrotas dolorosas, como a goleada de 5x1 diante do Mirassol. O que antes parecia apenas um tropeço pontual, agora soa como um alerta vermelho.

Derrota de 3x1 para o Vasco escancarou a má fase por Letícia Martins e Rafael Rodrigues/ EC Bahia

Há, claro, atenuantes. O Bahia é um dos clubes que mais jogaram em 2025 — com previsão de até 80 partidas na temporada, somando estadual, Copa do Brasil, Sul-Americana, Libertadores e Brasileirão. O desgaste físico é evidente, e a intensidade que antes era uma marca da equipe de Rogério Ceni vem diminuindo com o tempo. Mas o problema não é só físico. É também técnico. As falhas constantes do sistema defensivo são sinais de uma equipe nervosa, sem confiança e errando demais nos momentos decisivos.

O grande drama é que, quando o time mais precisa de concentração, parece sentir o peso da responsabilidade. É como se o Bahia tivesse subido o morro da confiança com esforço, mas agora descesse em velocidade descontrolada.

Mas talvez o aspecto mais frustrante — e onde reside a principal crítica da torcida — seja a sensação de que o clube se contenta com pouco. É como se existisse um teto invisível, e sempre que o Bahia se aproxima dele, recua. Empates que deveriam causar indignação são tratados com normalidade. Derrotas em jogos grandes, fora de casa, são justificadas com discurso de “igualdade” ou “equilíbrio”. E o torcedor percebe. E se incomoda.

A torcida tem ambição. Ela quer ver o time brigar de verdade por Libertadores, por títulos, por protagonismo. Mas o tricolor parece não conseguir dar esse passo. Quando surge a chance de consolidar uma grande campanha, de virar a chave de vez, algo trava. Seja por postura, falta de confiança ou decisões questionáveis. O Bahia é aquele time que entrega muito, mas nunca tudo. Que se aproxima do topo, mas parece temer as alturas. Foi assim na Libertadores e na Sul-Americana. 

É hora de mudar isso. O projeto do Grupo City, a estrutura do clube, a presença de um técnico experiente como Rogério Ceni e o apoio de uma torcida apaixonada não podem ser desperdiçados em campanhas medianas. O Bahia precisa se cobrar mais, querer mais. A torcida já entendeu que é possível sonhar alto, agora falta o time acreditar também.

Ainda há tempo para retomar o caminho. O elenco, apesar dos desfalques, tem qualidade, e o Brasileirão é longo. São mais 15 jogos para que a reação venha com atitude e mentalidade vencedora. Não basta apenas "fazer jogo duro" ou "vender caro a derrota". O Bahia tem que aprender a vencer os jogos grandes. A buscar o improvável. A querer estar entre os protagonistas. Porque enquanto se contentar com o quase, vai continuar esbarrando nesse mesmo teto invisível que, a essa altura, já virou um velho conhecido do torcedor.

Tags:

Bahia Rogério Ceni Futebol Derrota Serie A Campeonato Brasileiro Libertadores