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Ana Beatriz Sousa
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 17:49
O artista italiano Salvatore Garau voltou aos holofotes após viralizar nas redes sociais por ter vendido uma escultura invisível por cerca de R$ 87 mil. A obra, intitulada “Io Sono” (Eu Sou), não possui forma física e foi “exposta” em um espaço vazio de 1,5m x 1,5m. O comprador recebeu apenas um certificado de autenticidade, que descreve a peça como uma “escultura imaterial composta de ar e espírito”.>
“O vazio tem sua própria energia, e essa energia se torna parte da obra”, defende Garau.>
A escultura foi originalmente leiloada em 2021 por 15 mil euros, mas voltou a ganhar destaque após o perfil britânico Pubity, com mais de 40 milhões de seguidores, relembrar o caso em um post que ultrapassa 1 milhão de curtidas.>
O certificado entregue ao comprador especifica: “Escultura imaterial para ser posicionada em um espaço livre de obstáculos. Dimensões variáveis. Acompanhada de certificado de autenticidade emitido pelo artista. Procedência: coleção particular, Milão.”>
Para Garau, o poder da obra está justamente na ausência de matéria. “A arte é o que o observador sente, não o que ele vê”, afirmou o artista em entrevista a veículos italianos.>
A polêmica em torno de obras conceituais não é novidade. Em 2019, o também italiano Maurizio Cattelan causou alvoroço ao colar uma banana na parede com fita adesiva, batizada de “Comediante”.>
A peça foi arrematada em leilão da Sotheby’s por R$ 35 milhões, após uma disputa entre sete compradores. O vencedor foi o empresário Justin Sun, fundador da plataforma de criptomoedas Tron.>
Artista italiano vende escultura invisível por R$ 87 mil
“Não é apenas arte, é um fenômeno cultural que une o mundo da arte, dos memes e das criptomoedas”, declarou Sun, prometendo “comer pessoalmente a banana” como parte da performance.>
A obra, com três versões originais, foi alvo de críticas e até de protestos: um artista chegou a “comer” a banana durante a exposição em Miami, em protesto contra o preço considerado absurdo.>
No Brasil, o episódio inspirou o artista plástico René Machado, que criou a paródia “Vendo maçã a preço de banana”, colando frutas na parede ao som de “Otário”, do grupo Exalta Samba.>