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Besouros têm relações homossexuais quando há excesso de fêmeas, diz estudo

Pesquisa investiga por que machos de Tribolium castaneum se relacionam entre si quando há muitas fêmeas no grupo

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 11:00

Pesquisadores descobriram que o comportamento sexual dos besouros muda conforme a proporção de fêmeas
Pesquisadores descobriram que o comportamento sexual dos besouros muda conforme a proporção de fêmeas Crédito: Freepik

Pesquisadores da Universidade de East Anglia (UEA), no Reino Unido, realizaram uma série de experimentos com a espécie de besouro Tribolium castaneum e identificaram que machos que vivem em colônias com excesso de fêmeas desenvolvem mais relações homo ou bissexuais.

A curiosidade sobre a homossexualidade animal existe há anos: o comportamento demanda tempo, energia e pode apresentar riscos, sem necessariamente oferecer vantagem na transmissão genética.

Besouro por Reprodução

Influência da proporção de sexos no comportamento

No estudo, os cientistas criaram populações com diferentes proporções de sexo ao longo de várias gerações.

Em ambientes dominados por machos (cerca de 90% machos), havia intensa competição por fêmeas, o que os tornava mais seletivos.

Já em populações com predominância de fêmeas (cerca de 90%), essa pressão era menor, e os machos se mostravam mais propensos a comportamentos variados.

O pesquisador Kris Sales, responsável pelo estudo, explicou na pesquisa: “Nas colônias dominadas por machos, observamos que os besouros se tornaram muito mais competitivos para encontrar fêmeas e acasalar com elas de forma eficiente.”

Ele também destacou: “Esses resultados não podem ser generalizados para explicar o comportamento de animais com funções cognitivas e estruturas sociais mais complexas, como aves e mamíferos, que provavelmente têm razões muito diferentes para o acasalamento entre indivíduos do mesmo sexo.”

O que os resultados revelam

Nos ambientes com maior número de fêmeas, os machos estavam menos pressionados para encontrar uma parceira específica.

Segundo os autores, “em comunidades dominadas por fêmeas, é muito provável que um macho que acasale aleatoriamente acabe cruzando com uma fêmea e, portanto, produza descendentes.”

Esse cenário relaxa a pressão seletiva pela escolha correta e facilita encontros homo ou bissexuais. Por outro lado, em grupos com predominância de machos, a necessidade de localizar e montar uma fêmea leva à diminuição dessas relações entre machos.

Os pesquisadores concluíram que o comportamento não está ligado à dominação nem a uma preferência sexual específica, mas sim a uma falha de reconhecimento: “os machos falham em discriminar perfeitamente as fêmeas como parceiras.”

Implicações e limites da pesquisa

O estudo traz luz ao entendimento do comportamento sexual entre insetos, mas ressalta que os achados não devem ser extrapolados para aves, mamíferos ou humanos, que têm estruturas cognitivas e sociais muito mais complexas.

Mesmo assim, ele ajuda a compreender como fatores como a proporção de sexos e a pressão reprodutiva podem influenciar o comportamento de acasalamento.

Além disso, os pesquisadores apontam que, quando há baixa pressão seletiva, os machos tendem a se engajar em relações entre si com mais frequência, simplesmente porque acasalar com qualquer parceiro aumenta as chances de reprodução em colônias com muitas fêmeas.