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Agência Correio
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 10:00
Cientistas sul-coreanos desenvolveram uma pistola que imprime enxertos biodegradáveis diretamente sobre ossos quebrados. A ferramenta, com custo baixo e fácil de manusear, funciona como uma pistola de cola quente adaptada e representa um avanço significativo em cirurgias de fraturas. >
Ossos quebrados, fraturas e gesso
Diferente de implantes tradicionais, o material se integra ao organismo, combate infecções e desaparece aos poucos, sendo substituído por tecido ósseo. Assim, o dispositivo pode transformar a forma como traumas emergenciais são tratados, tornando as cirurgias mais rápidas e seguras.>
Uma ideia simples com potencial revolucionário. Pesquisadores da Universidade Sungkyunkwan, na Coreia do Sul, criaram um dispositivo portátil para tratar fraturas. O equipamento aquece um filamento de hidroxiapatita, um mineral encontrado nos ossos humanos, misturado a um polímero biodegradável.>
A 60 °C, a substância fica maleável o suficiente para preencher qualquer fenda. Por ser manual, o equipamento permite que o médico ajuste a direção, o ângulo e a profundidade da aplicação durante o procedimento. O resultado é um suporte anatômico preciso e customizado para cada paciente.>
A ferramenta é uma pistola de cola comercial modificada, o que garante sua simplicidade. Essa característica é parte da inovação, pois permite que qualquer hospital a utilize sem grandes investimentos. Desse modo, a tecnologia se torna acessível e mais fácil de ser adotada.>
Conforme o líder do estudo, Jung Seung Lee, a técnica é ideal para cirurgias de emergência, onde não há tempo para criar implantes personalizados em impressoras 3D. O material serve como um “andaime” temporário, que com o tempo, é completamente absorvido e substituído por tecido ósseo natural.>
A inovação vai além da reconstrução estrutural. Os cientistas enriqueceram o filamento com antibióticos. A vancomicina e a gentamicina são liberadas de forma gradual, o que ajuda a reduzir o risco de infecções, um problema comum em cirurgias ortopédicas.>
Em testes com coelhos, o material foi eficaz na regeneração de ossos fraturados. Além disso, nenhuma infecção foi detectada. Lee explica que “Nosso suporte não apenas se integra biologicamente ao osso, como desaparece ao ser substituído por tecido recém-formado”, garantindo uma recuperação completa.>