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Agência Correio
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 06:00
Homens que cultivam barba podem estar carregando mais micróbios do que imaginam. De acordo com uma pesquisa divulgada na revista European Radiology, os pelos faciais apresentaram quantidade maior de patógenos do que os pelos de cães. >
Entre as bactérias encontradas, destacam-se a Enterococcus faecalis, de origem intestinal e associada a infecções urinárias, e a Staphylococcus aureus, capaz de gerar complicações sérias quando chega à corrente sanguínea.>
Cães
O trabalho buscou analisar os riscos de contaminação em aparelhos de ressonância magnética (RM) utilizados tanto por pacientes humanos quanto por animais.>
Como é comum que clínicas veterinárias realizem exames em hospitais humanos devido ao alto custo desses equipamentos, os cientistas decidiram comparar a carga bacteriana em homens barbudos e em cães.>
O resultado surpreendeu até os pesquisadores, que destacaram não ser necessário retirar a barba apenas por esse motivo, já que não há evidências de que mulheres tenham menor presença de bactérias.>
Foram analisados 18 homens barbudos, de 18 a 76 anos, sem histórico recente de hospitalização, e 30 cães de raças diferentes. No caso dos animais, as coletas foram feitas em regiões onde infecções de pele costumam aparecer.>
Depois dos exames, os cientistas também retiraram amostras dos próprios equipamentos de RM, verificando se havia transferência de microrganismos.>
A análise central procurava identificar bactérias capazes de causar doenças em humanos. O que chamou atenção foi que os homens apresentaram maior quantidade de patógenos e deixaram os aparelhos mais contaminados do que os cães.>
Os resultados mostraram que todos os homens examinados apresentaram altas concentrações bacterianas na pele e na saliva.>
Já entre os cães, 23 dos 30 analisados também tiveram presença significativa de microrganismos. Além disso, sete homens e quatro animais apresentaram espécies capazes de causar infecções quando em contato com locais sensíveis do corpo humano.>
Foram identificadas principalmente E. faecalis e S. aureus, bactérias comuns, mas potencialmente perigosas em determinadas situações.>
Embora o estudo aponte maior carga microbiana nos barbudos, ele não sugere eliminar a barba. O dado mais relevante é que os seres humanos podem contaminar equipamentos hospitalares em nível maior do que se pensava, reforçando a necessidade de cuidados de higienização.>
Como concluiu Andreas Gutzeit, da Hirslanden Clinic, na Suíça, ao Daily Mail: “Com base nesses achados, os cães parecem mais limpos do que os homens barbudos”.>