Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Fernanda Varela
Publicado em 2 de novembro de 2025 às 14:30
Depois de cumprirem longas penas em Tremembé, muitos dos condenados mais conhecidos do Brasil acabaram encontrando abrigo no interior paulista. Elize Matsunaga, Suzane von Richthofen, Anna Carolina Jatobá, Alexandre Nardoni e até Sandra Regina Ruiz, a Sandrão, seguiram caminhos diferentes, mas todos têm em comum o destino: cidades afastadas da capital, onde buscam viver longe da atenção pública.>
Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, mora hoje em Franca. Após obter liberdade condicional em 2022, ela passou a trabalhar como motorista de aplicativo e, mais tarde, com costura e confecção de acessórios para pets. A escolha pelo interior, segundo a defesa, foi uma forma de “retomar a vida em paz”.>
Ex-presos de Tremembé vivem no interior de São Paulo
Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais em 2002, também deixou a prisão de Tremembé para viver discretamente em Bragança Paulista. Lá, adotou o nome Suzane Louise Magnani Muniz, casou-se e teve um filho em 2024. O marido, Felipe Zecchini Muniz, é funcionário de uma empresa de engenharia.>
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, condenados pela morte da menina Isabella Nardoni, seguiram o mesmo caminho. Depois de conquistarem o regime aberto em 2024, os dois se separaram, mas continuam morando em cidades do interior de São Paulo. Alexandre vive na casa da família, na capital, mas trabalha e circula por municípios da região metropolitana; Anna Carolina optou por viver no Vale do Paraíba, próxima a Tremembé, onde cumpriu a maior parte da pena.>
Já Sandra Regina Ruiz, a Sandrão, condenada pelo sequestro e assassinato de um adolescente em 2003, também vive no interior, em Mogi das Cruzes. Ela cumpre liberdade condicional e leva uma vida reservada, sem redes sociais e com poucas aparições públicas.>
A coincidência chama atenção: quase todos os condenados de maior repercussão ligados à Penitenciária de Tremembé optaram por permanecer no interior paulista após a soltura. A região, marcada por cidades pequenas e tranquilas, oferece o anonimato que eles dificilmente teriam em grandes centros urbanos.>
Críticos apontam que a escolha não é apenas geográfica, mas simbólica. O interior de São Paulo é o mesmo cenário onde cumpriram pena, e permanecer por perto pode representar tanto uma forma de segurança quanto uma tentativa de reconstruir a vida longe dos olhares e do julgamento social.>