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Agência Correio
Publicado em 12 de julho de 2025 às 16:00
Pesquisadores brasileiros descobriram que o coronavírus é capaz de invadir células dos testículos responsáveis pela produção de testosterona. Uma vez lá dentro, ele usa a estrutura celular e o colesterol presente para se multiplicar.>
Essas células, chamadas de células de Leydig, são ricas em colesterol, que normalmente é usado para produzir o hormônio masculino. Mas, ao serem infectadas, passam a ser usadas como fábrica pelo vírus.>
Covid
O estudo foi conduzido por cientistas da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de São Paulo (FOAr-Unesp) em parceria com a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Eles usaram camundongos geneticamente modificados para expressar o receptor ACE2, a “porta de entrada” do vírus nas células.>
Esses camundongos desenvolvem sintomas semelhantes aos de humanos e mostraram concentração de ACE2 nas mesmas células que existem nos testículos humanos.>
A infecção causou uma mudança importante nas células de Leydig. Elas pararam de produzir testosterona normalmente e passaram a funcionar como células do sistema imunológico.>
Mesmo com pouca produção hormonal, estavam carregadas de lipídios – resultado da maior captação de colesterol, induzida pelo próprio coronavírus.>
A coordenadora do estudo, Estela Sasso-Cerri, da FOAr-Unesp, explica que o vírus não só atrapalha a produção hormonal como transforma a célula em um alvo perfeito por causa da sua estrutura interna.>
Segundo ela, os resultados ajudam a entender por que homens com quadros graves de COVID-19 apresentam baixos níveis de testosterona e colesterol. A descoberta também pode explicar por que a doença é mais severa e letal entre pacientes do sexo masculino.>
As informações foram retiradas da Agência Fapesp. >