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Ana Beatriz Sousa
Publicado em 17 de junho de 2025 às 17:09
O pequeno Isaiah Stark, de apenas 7 anos, morreu em fevereiro de 2020, no Colorado (EUA), após ingerir uma substância extremamente salgada conhecida como salmoura de azeitona. O caso, inicialmente tratado como acidente, ganhou contornos perturbadores ao longo da investigação e gerou revolta entre vizinhos, familiares e defensores da infância.>
O laudo do Instituto Médico Legal apontou hipernatremia como a causa da morte, uma condição rara provocada por níveis elevados de sódio no corpo. Isaiah, que tinha necessidades especiais e dificuldades cognitivas, vivia com os pais adotivos, Elizabeth e Jonathan Stark, desde a primeira infância.>
A ingestão da salmoura teria acontecido na casa da família. Segundo relatos, Elizabeth teria recorrido repetidamente a profissionais de saúde alegando dificuldades para controlar o comportamento do filho. Em mensagens arquivadas em processos judiciais, ela chegou a perguntar se havia algum medicamento que o fizesse "dormir completamente", revelando cansaço e tensão com a rotina de cuidados.>
Na véspera da tragédia, a mãe adotiva voltou a reclamar de alterações no sono do menino. Na manhã seguinte, Isaiah passou mal e foi levado às pressas ao hospital, mas chegou sem sinais vitais. Exames indicaram não apenas o excesso de sódio, mas também desnutrição e sinais de desidratação.>
Isaiah Stark, morreu após ingerir salmoura de azeitona
Mesmo com os indícios de negligência, o legista classificou a morte como acidental, e o promotor responsável pelo caso optou por não apresentar denúncias. A justificativa foi a ausência de provas que determinassem a intenção ou negligência, algo exigido pela legislação do estado.>
As decisões geraram suspeitas, especialmente porque Jonathan Stark era policial em Granby, cidade onde morava a família. Documentos apontam que a legista assistente teria prometido "fazer o possível para proteger a família", e que um dos investigadores foi instruído a agir com cautela. O comportamento das autoridades levantou questionamentos sobre possíveis favorecimentos e omissões.>
Apesar do arquivamento, parte da comunidade local continua mobilizada para reabrir o caso. Muitos acreditam que Isaiah, que era o terceiro de cinco filhos da família, foi vítima de uma punição cruel e que sua morte foi silenciada pelo sistema.>
Enquanto isso, os Starks seguiram com a vida. Após o falecimento do menino, Elizabeth deu à luz outro filho, a quem chamou de Knox e descreveu como um "milagre". Em redes sociais, ela agradeceu o apoio recebido de amigos e familiares, sem fazer menções diretas à tragédia.>
Entre conhecidos e ativistas, no entanto, permanece o sentimento de que a história de Isaiah ainda carece de justiça. "Ele era um menino doce, com um sorriso que iluminava tudo", disse uma parente próxima. "O silêncio ao redor do que aconteceu com ele é tão doloroso quanto a perda em si.">