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Descoberta revela que esse analgésico barato pode ajudar a prevenir vários tipos de câncer

Pesquisadores de Cambridge identificam mecanismo que explica como o popular analgésico pode impedir a propagação de tumores

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 07:33

Descoberta surpreendente mostra que um medicamento simples pode reforçar o sistema imune contra o câncer
Descoberta surpreendente mostra que um medicamento simples pode reforçar o sistema imune contra o câncer Crédito: Freepik

Um estudo publicado na revista Nature revelou que um dos medicamentos mais conhecidos do mundo pode ter um papel poderoso contra o câncer. Pesquisadores da Universidade de Cambridge descobriram que ele é capaz de impedir a propagação de certos tipos de tumores.

A descoberta ocorreu quase por acaso, durante testes com camundongos. O composto, que há décadas é usado para aliviar dores e prevenir infartos, demonstrou também reduzir a metástase, quando o câncer se espalha para outros órgãos.

Os testes mostraram que camundongos com melanoma, um tipo agressivo de câncer de pele, tiveram menos metástases após receberem o medicamento por Shutterstock

Mas o segredo por trás desse efeito não está em sua função analgésica. Segundo os cientistas, o remédio age diretamente no sistema imunológico, ativando uma resposta que ajuda o corpo a reconhecer e atacar as células cancerígenas.

Um velho conhecido com um novo propósito

Os pesquisadores explicam que o medicamento reduz a produção de uma molécula chamada TXA2 (tromboxano A2), normalmente responsável por ajudar o sangue a coagular. Quando essa substância é controlada, as células de defesa, conhecidas como células T, conseguem agir com mais eficiência.

"A aspirina, ou outros medicamentos que podem ter como alvo essa via, têm o potencial de ser mais baratos do que as terapias baseadas em anticorpos e, portanto, mais acessíveis globalmente", afirmou Jie Yang, que liderou o estudo na Universidade de Cambridge, em comunicado oficial.

Os testes mostraram que camundongos com melanoma - um tipo agressivo de câncer de pele - tiveram menos metástases após receberem o medicamento. Em comparação, os animais que não o usaram apresentaram uma disseminação significativamente maior das células malignas.

A descoberta que mudou o rumo da pesquisa

"Foi um momento Eureka quando descobrimos que o TXA2 era o sinal molecular que ativa esse efeito supressor nas células T", contou Jie Yang. “Foi uma descoberta totalmente inesperada que nos enviou por um caminho de investigação bem diferente do que havíamos previsto.”

O achado abre espaço para novas formas de tratamento, unindo simplicidade e custo acessível — duas qualidades raras quando se fala em terapias oncológicas. A possibilidade de um medicamento tão comum ajudar na luta contra o câncer desperta otimismo entre especialistas.

No entanto, os cientistas alertam: o uso da aspirina sem orientação médica pode ser perigoso. Em algumas pessoas, ela causa efeitos colaterais graves, e ainda são necessários ensaios clínicos para confirmar a segurança e a eficácia do tratamento.

O próximo passo na luta contra o câncer

O estudo agora avança para a fase clínica. A equipe de Cambridge colabora com a professora Ruth Langley, da University College London, no ensaio Add-Aspirin, que investiga se o remédio pode evitar o retorno de cânceres em estágio inicial.

Enquanto os resultados não são concluídos, a recomendação é clara: ninguém deve iniciar o uso da aspirina por conta própria. A ciência ainda está confirmando como essa descoberta pode ser aplicada de forma segura.

Se o efeito for comprovado, esse velho comprimido pode se tornar um novo aliado no combate à metástase — uma revolução silenciosa nascida de um remédio que muitos já têm em casa.