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'Ele não vai andar novamente': Pais são alertados para evitarem comprar patinetes elétricos para o Natal

Relatos médicos publicados pela imprensa internacional mostram que o risco dos patinetes elétricos vai além da aparência inofensiva

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 20:00

Casos de lesões graves relatados à imprensa internacional reforçam que o risco dos patinetes elétricos
Casos de lesões graves relatados à imprensa internacional reforçam que o risco dos patinetes elétricos Crédito: Freepik

Os patinetes elétricos deixaram de ser novidade e passaram a fazer parte da paisagem urbana em várias cidades, inclusive no Brasil. São vistos como práticos, acessíveis e fáceis de usar, mas, junto com a popularização, cresceu também o número de acidentes graves envolvendo esse tipo de veículo.

Matéria publicada pelo The Irish Times reuniu depoimentos de médicos que ajudam a entender por que esses equipamentos podem representar um perigo real, independentemente do país.

Estacionamento de patinete elétrico por Divulgação/Semob

Em entrevista ao jornal, o médico Raymond Carson, especialista em medicina de reabilitação, relatou o caso de um jovem de 18 anos que atendeu após um acidente com patinete elétrico:

“Recentemente, cuidei de um homem, de 18 anos, que sofreu uma lesão que mudou sua vida completamente após um acidente com uma scooter elétrica”.

Alerta dos especialistas

Segundo Carson, o jovem passou três meses em tratamento intensivo. “Ele passou três meses sob nossos cuidados e agora já voltou para casa”.

Antes do acidente, o rapaz era saudável, praticava esportes e levava uma vida ativa. “Infelizmente, agora ele está enfrentando uma nova realidade em que não poderá mais andar. Ele teve uma recuperação razoavelmente boa, mas perdeu muita funcionalidade e isso é realmente devastador para um jovem como ele.”

O médico afirmou ao The Irish Times que, em poucos meses, cinco ou seis homens foram internados após acidentes graves com patinetes.

“O que todos eles têm em comum”, diz o Dr. Carson, “é que são homens, estavam viajando em alta velocidade, não usavam capacete e, infelizmente, todos sofreram ferimentos que mudaram suas vidas.”

Os dados apresentados na reportagem mostram que o problema não é isolado. Um estudo citado aponta que os patinetes elétricos já são considerados um dos meios de transporte mais perigosos, chegando a ultrapassar as motocicletas.

A maior parte dos usuários pertence a dois grupos: homens e pessoas mais jovens, o que ajuda a explicar o padrão dos acidentes.

Não é mais brinquedo

Carson também destacou ao jornal que ainda existe uma visão distorcida sobre esses veículos: “Ainda existe essa percepção de que as trotinetes elétricas são inofensivas, como brinquedos”.

Para o médico, o próprio nome contribui para essa confusão: "Imaginamos uma criança pequena em uma scooter de brinquedo. Só o nome já vem à mente de muita gente, muitas pessoas associam isso a um brinquedo inofensivo, mas não se dão conta de quão perigosas essas máquinas são”.

Outro ponto levantado foi o avanço tecnológico desse tipo de veículo. “A sofisticação dessas máquinas está aumentando o tempo todo”, diz o Dr. Carson.

“Existem patinetes elétricos capazes de atingir velocidades de até, acredito, 60 km/h ou mais”.

Para ele, o risco está na combinação de fatores: “É realmente a tempestade perfeita. Considere o perfil demográfico típico. Um jovem do sexo masculino, eles sabem correr riscos, conhecem o comportamento audacioso, não têm medo e são uma máquina poderosa. É a receita perfeita para o desastre, francamente.”

Risco crescente entre crianças e adolescentes

A reportagem também trouxe um alerta específico sobre crianças e adolescentes. Um dos trechos mais preocupantes envolve dados hospitalares de atendimento a menores de 16 anos que sofreram traumatismo craniano.

“Essas crianças não devem ser avaliadas por especialistas em neurocirurgia, ortopedia ou reabilitação”, afirmou a médica Judith Meehan em declaração reproduzida pelo jornal.

Outro especialista citado foi ainda mais direto: “Ele não deveria ver nenhuma delas, porque nenhuma delas deveria estar andando de patinete elétrico”.

Mesmo com leis que determinam limites de idade, velocidade e potência, os especialistas ouvidos pela reportagem destacam falhas na fiscalização e desconhecimento das regras. O risco é ainda maior quando o uso acontece sem capacete ou com aparelhos modificados.

O alerta deixado por esses relatos é claro: patinetes elétricos podem ser úteis para mobilidade, mas não são inofensivos e esse risco se aplica a qualquer país onde eles ganham espaço nas ruas.