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Agência Correio
Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 19:00
A tristeza faz parte da vida e aparece em momentos difíceis, mas nem sempre significa depressão. Quando o sofrimento se prolonga e passa a afetar o dia a dia, é hora de olhar para os sinais com mais cuidado >
Especialistas explicam que a diferença principal está na duração dos sintomas, na perda de prazer e no impacto sobre a rotina, fatores que ajudam a distinguir uma emoção saudável de um transtorno mental.>
Angústia, tristeza, ansiedade e depressão
Logo no início, essa distinção evita que pessoas normalizem um sofrimento que pode ser tratado e impede que a depressão passe despercebida por meses ou até anos>
A tristeza é uma resposta natural a perdas, frustrações ou rupturas e costuma durar de horas a poucos dias. Ela ajuda no processamento emocional e, mesmo desconfortável, mantém a capacidade de sentir prazer em outras áreas da vida. Por isso, sentir-se triste após um evento negativo não é sinal de doença, mas parte fundamental da adaptação emocional.>
Na depressão, a duração e a intensidade mudam completamente. Os sintomas persistem por pelo menos duas semanas, podendo durar meses ou anos sem tratamento. Em muitos casos, a pessoa passa a considerar normal viver “para baixo”, o que atrasa o diagnóstico e o início do cuidado adequado >
Além do tempo, o impacto funcional é decisivo: quando o humor deprimido começa a prejudicar o trabalho, os estudos, os relacionamentos ou a rotina, o quadro deixa de ser apenas emocional e passa a ser clínico.>
Embora a tristeza intensa seja um sintoma conhecido, é a anedonia — a perda da capacidade de sentir prazer — que se destaca como um dos critérios mais importantes para o diagnóstico. A pessoa deixa de aproveitar atividades que antes gostava, como hobbies, encontros sociais ou até sensações simples do cotidiano >
Esse sinal pode aparecer mesmo sem uma sensação subjetiva de tristeza, o que reforça a importância de observar mudanças no comportamento.>
A depressão não afeta apenas o humor. Ela altera sono, apetite, peso e energia. Distúrbios do sono, dores pelo corpo, pressão no peito e fadiga constante fazem parte do quadro e evidenciam que se trata de uma condição sistêmica, não apenas emocional. >
Esses sintomas confundem muitas pessoas, que acabam buscando explicações físicas antes de considerar uma avaliação em saúde mental.>
Se a tristeza ou a falta de prazer persistirem por mais de duas semanas e começarem a comprometer a rotina, é importante procurar um profissional de saúde mental. Em situações graves, como presença de pensamentos suicidas ou sintomas psicóticos, a busca deve ser imediata, incluindo serviços de emergência ou psiquiatras especializados >
O tratamento pode envolver psicoterapia, medicamentos ou ambos, e costuma ser mais eficaz quando há acompanhamento integrado.>