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Agência Correio
Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 11:00
Quem já fez um exame de raio-X na vida se lembra do pesado colete chumbo, também chamado de avental plumbífero, que serve para bloquear a radiação. Mas qual é o perigo dessa radiação? Fazer raio-X causa câncer? >
Conforme explica Gustavo Nader, médico do departamento de radioterapia do Hospital Sírio-Libanês, "a radiação usada em exames como raio-X e tomografia computadorizada é um tipo ionizante, que pode causar dano ao DNA das células”.>
Raio-X
Mas o risco é baixo, principalmente com as medidas de segurança que os médicos adotam ao requisitar um raio-X. Entenda melhor.>
O doutor explica que a dose de radiação da tomografia é maior, já que são feitos vários disparos de raio-X para produzir imagens do órgão em cortes finos. Na radiografia normal, apenas uma chapa é obtida por disparo.>
Para entender o risco dos exames, é preciso conhecer dois conceitos da radiobiologia: efeitos determinísticos e estocásticos>
Ou seja, o risco até existe, mas é muito baixo.>
O doutor explica que a medula óssea, o tecido mamário, os pulmões e as gônadas, testículos e ovários, estão entre os mais vulneráveis a desenvolver câncer por exposição controlada. Em adolescentes e crianças, a tireoide também deve ser protegida. >
O cristalino dos olhos também é frágil, mas só para quem se expõe profissionalmente: “A catarata é um efeito determinístico, mas só ocorre em exposições profissionais ou radioterapia, não em exames comuns”, esclarece Gustavo Nader.>
Para reduzir ainda mais o risco, médicos estão sempre atentos aos fatores que o paciente apresenta e pedem apenas quando necessário. Os profissionais também são orientados a reduzir a dosagem de radiação ao mínimo necessário para tirar a chapa de raio-X. >
“Sempre que possível, exposições desnecessárias devem ser evitadas. Exames com radiação devem ser feitos apenas com indicação formal e sob orientação médica”, explica o radioterapeuta.>
A tomografia, que expõe mais o paciente, só é recomendada em casos mais críticos, emenda Nader.>
“Não é um exame de “triagem casual”. Ela deve ser pedida quando o resultado pode mudar conduta, como definir diagnóstico, descartar uma doença grave etc.”>
Embora o perigo da exposição exista, não há nada a temer. Conforme explica o médico: “O risco absoluto continua pequeno e, na imensa maioria dos casos, o benefício clínico supera amplamente o risco teórico”.>