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Estresse, ansiedade e burnout: pesquisa revela que cada vez mais funcionários precisam se medicar

Levantamento aponta avanço preocupante

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 2 de outubro de 2025 às 05:30

Cresce número de profissionais que tomam remédio para lidar com pressões do trabalho, segundo pesquisa de 2025
Cresce número de profissionais que tomam remédio para lidar com pressões do trabalho, segundo pesquisa de 2025 Crédito: Freepik

A pressão do ambiente corporativo tem levado um número crescente de brasileiros a buscar medicamentos como forma de lidar com as exigências do dia a dia.

Em apenas doze meses, o uso de fármacos para tratar estresse, ansiedade e burnout disparou entre líderes e equipes, de acordo com a edição mais recente da pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho.

Estresse por Shutterstock

Realizado pela The School of Life em parceria com a Robert Half, o levantamento entrevistou 774 profissionais formados, todos com mais de 25 anos.

A amostra foi dividida igualmente entre gestores e liderados, revelando tendências que afetam diferentes níveis hierárquicos nas empresas brasileiras.

Disparada no consumo de medicamentos

Os números mostram um crescimento inédito. Em 2024, 18% dos líderes relatavam usar remédios. Em 2025, esse percentual saltou para 52%. Entre os liderados, a taxa passou de 21% para 59%.

Esse avanço acompanha a quantidade de diagnósticos formais relacionados ao trabalho. Somente no último ano, 27% dos gestores e 26% dos funcionários receberam diagnósticos de estresse, ansiedade ou burnout.

Embora muitas empresas invistam em palestras, campanhas internas e programas de terapia online, a realidade mostra que esses recursos ainda não têm sido suficientes para reduzir a pressão.

O peso do silêncio no ambiente corporativo

O estudo identificou que a maior parte dos trabalhadores não se sente segura para falar sobre o uso de medicamentos. Entre líderes, 73% afirmaram não se sentir à vontade para compartilhar o tratamento com seus superiores. Entre subordinados, a taxa foi de 33%.

E quando há espaço para falar, o acolhimento ainda é raro. Apenas 16% dos gestores e 19% dos funcionários que contaram sobre o uso de medicamentos receberam apoio efetivo. Muitos afirmaram ter enfrentado indiferença ou até respostas negativas.

Esse comportamento reforça a existência de uma cultura de silenciamento nas organizações, na qual admitir fragilidade pode ser entendido como sinal de incapacidade.

Um retrato que vai além das empresas

A tendência observada no ambiente corporativo dialoga com dados nacionais sobre saúde mental.

Segundo o Boletim Radar Mais SUS N.2, elaborado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), o atendimento psicossocial na rede pública cresceu mais de 50% entre 2013 e 2023. No mesmo período, o consumo de medicamentos antipsicóticos também dobrou.

Esses indicadores revelam que a busca por ajuda aumentou, mas ao mesmo tempo apontam que os contextos de adoecimento se multiplicaram no Brasil.

Soluções exigem mudanças estruturais

Para as consultorias responsáveis pelo estudo, apenas a medicalização não resolverá o problema.

“As soluções precisam ir além da medicalização. Algo que exige mudanças na cultura organizacional, no modelo de gestão e nas relações humanas dentro das empresas”, destacam na publicação da pesquisa.

Isso significa que as companhias precisam repensar suas práticas de gestão, oferecendo suporte emocional contínuo, espaços de escuta e medidas que favoreçam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Tags:

Ansiedade Estresse