Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Elis Freire
Publicado em 21 de abril de 2025 às 16:32
Renata Sayuri, atriz que já integrou o elenco de “Malhação”, se muniu de coragem e foi às redes relatar um episódio de agressão sexual que, segundo ela, teve fortes consequências na sua saúde mental. Diagnosticada com transtorno afetivo bipolar, a atriz contou que foi estuprada, engravidou e fez um aborto três meses após o ocorrido. >
Conhecida por também ter sido apresentadora do Band Kids, Renata desabafou sobre como a violência sofrida causou traumas na sua vida. "Existe um fato muito importante no transtorno afetivo bipolar: o trauma. Segundo a ciência, qualquer pessoa tem pré-disposição à doença, mas ela só se desenvolve se a pessoa passar por um episódio estressante ou traumático. Eu fui violentada e tive que fazer um aborto três meses depois", revelou a artista.>
Ela disse ter ficado calada vivendo o luto, sem contar para ninguém até hoje, 20 anos depois. "Seis meses depois (do abuso), eu estava em um sanatório e fui diagnosticada. Ninguém me perguntou o que havia acontecido. Fiquei calada até hoje sobre o que aconteceu. [...] A minha mente vai para aquele lugar de 20 anos atrás, fica buscando como fui entorpecida e drogada”, disse Renata>
Segundo Renata, ela foi dopada durante o crime que teria ocorrido após uma confraternização de trabalho. "A situação aconteceu em um ambiente que seria a extensão da empresa. Era uma confraternização e tinha a ver com a hierarquia de trabalho. O rapaz me ofereceu carona, morava perto do local e ele mudou o caminho. Já saí do local (da festa) dopada. [...] Fiquei enlouquecida por quase três dias”, relatou. >
Com apenas 23 anos na época, a apresentadora disse que não teve forças para denunciar. "Não processei, nem denunciei, nem me pronunciei a respeito. Tinha 23 anos e ainda era contratada por uma empresa. Foi muito confuso entender como havia acontecido. Havia uma hierarquia de pessoas, a empresa com poder imenso. A pessoa não era um colega de trabalho da equipe em que eu trabalhava, mas ele era da mesma empresa” explicou. >
Porém, a atriz de 44 anos ressaltou que hoje há mais suporte para mulheres que são vítimas violência sexual que na época. "O mundo mudou muito nesse nosso atual milênio. Naquela época, havia a minha exposição como figura pública. Não teria suporte para aquela situação. Tive uma criação bem protegida, uma criação católico-cristã e japonesa", afirmou. >