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Agência Correio
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 15:00
Christianne Ireland cresceu em um ambiente marcado pelo barulho dos motores e pela presença constante de pilotos renomados. Filha de Innes Ireland, ela acompanhava o pai em viagens e convivia com figuras conhecidas da Fórmula 1, segundo a BBC.>
Ela descreve aquela fase como intensa, cheia de movimento e encontros espontâneos.>
Relembre momentos da Fórmula 1
Mesmo criança, via grandes nomes da categoria passando pela casa da família. Em alguns dias, surgia um convite inesperado para jantar com amigos do pai, como Stirling Moss e Frank Williams. >
Décadas depois, porém, a realidade foi completamente diferente.>
Em 2016, Christianne perdeu a estabilidade e enfrentou problemas com álcool, o que a levou à situação de rua.>
Em entrevista à BBC, ela define que aquele momento “foi como cair de uma torre de marfim".>
Com 58 anos, dois divórcios e dificuldades financeiras, deixou sua antiga casa em Berkshire e passou a depender de um abrigo para moradores de rua em Andover, em Hampshire (Inglaterra).>
Era obrigada a sair do local logo pela manhã e precisava aprender a lidar com um ambiente desconhecido.>
A maior luta era evitar a bebida. Ela conta que, se cedesse, “o inferno se instalaria”.>
Durante o tratamento, Christianne recebeu orientação para participar de atividades voluntárias promovidas pela instituição Unity. >
A partir daí, encontrou um pequeno terreno comunitário em Andover e passou a usá-lo como suporte diário.>
"Nos dias em que a situação estava realmente ruim e eu queria sair para comprar uma bebida, tudo o que eu precisava fazer era dar um passo de cada vez e chegar ao meu terreno", explicou ela.>
Ali, o trabalho manual ajudava a organizar os pensamentos e manter distância do álcool. Com o passar dos meses, ela recuperou confiança suficiente para conseguir um emprego e alugar um apartamento.>
Hoje, aos 65 anos, Christianne atua como gerente de suporte na própria Unity e também ajuda a administrar um projeto de banco de alimentos. >
Ela acredita que o período vivido em Andover foi um dos mais duros de sua trajetória, mas também o mais transformador.>
"De certa forma, olhando para trás, vejo isso como uma cobra trocando de pele, e então eu me encontrei", disse ela à BBC.>
Agora, incentiva outras pessoas a considerarem o voluntariado como uma forma de mudança. Para Christianne, “nunca é tarde demais para mudar” e seguir adiante depende de pequenos passos diários.>