Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

'Inferno': Como é morar no maior prédio do mundo e ter 30 mil vizinhos

Local supera em população a maioria dos municípios brasileiros

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 4 de setembro de 2025 às 16:00

O formato parece conveniente, mas não garante vínculos entre vizinhos
O formato parece conveniente, mas não garante vínculos entre vizinhos Crédito: Reprodução/Youtube

A ideia de reunir todo o conforto em um só lugar pode se tornar armadilha. Atrás da fachada grandiosa, o maior edifício residencial do planeta combina inúmeros serviços com problemas de convivência.

O Regent Park International Center, em Hangzhou, na China, concentra cerca de 30 mil moradores. Mesmo oferecendo tudo que se precisa ali dentro, o ambiente mostra-se instável. Nesse limite, os contrastes ganham força.

O espaço funciona como uma cidade compacta, em que a autonomia é atraente, mas constantemente esbarra em disputas de regras e usos.

Regent Park International Center por Reprodução

Um prédio que funciona como cidade

De acordo com o portal Mariefrance, a estrutura foi planejada para dispensar saídas. Dentro do edifício há escolas, supermercados, clínicas médicas, restaurantes, parques e até casas de chá. As entregas ficam guardadas em armários coletivos.

Os blocos estão conectados por corredores e passarelas que guiam os moradores. O acesso é feito por biometria e a distribuição de água é controlada automaticamente. Tudo funciona como um sistema fechado.

O edifício, de formato em “S” e linhas retas, foi inaugurado em 2013. Tem 39 andares, cerca de 5 mil unidades e chega a 206 metros de altura.

Antes projetado para ser um hotel seis estrelas, acabou adaptado para se tornar um condomínio residencial de alta densidade populacional.

Desníveis sociais em um mesmo endereço

Nos andares mais altos, apartamentos grandes oferecem conforto e vista ampla. Já nas partes inferiores, divisões ilegais transformam imóveis maiores em minúsculos estúdios sem janelas.

Houve caso de apartamento de 144 m² convertido em oito pequenas unidades, cada uma com cozinha reduzida. Essa lógica percorre do térreo até a cobertura.

Antigamente apelidado de “prédio das celebridades” pela presença de influenciadores, já foi visto como símbolo de status.

“Na época de prosperidade, esse edifício chamava a atenção de toda a cidade”, conta um corretor de imóveis da região ao Mariefrance. Mas a mistura de residências e escritórios, somada à superlotação, deteriorou segurança, limpeza e relações de vizinhança.

No auge, cerca de 30 mil moradores ocupavam o complexo. Elevadores, corredores e áreas comuns sofriam pressão constante. Hoje, atrai visitantes curiosos com a ideia de uma cidade inteira contida em um prédio.

Eficiência que gera afastamento

A construção segue um estilo funcionalista: linhas simples, formas geométricas e ausência de ornamentos. O objetivo é a eficiência. Porém, críticos afirmam que o desenho reforça uma “arquitetura isolacionista”, que estimula vidas paralelas.

Na região de Qianjiang Century City, o Regent International atua como uma cidade vertical. As passagens conectam os blocos e os serviços se concentram nos andares inferiores.

O controle é feito por biometria, e a água, por sistemas automáticos. Se por um lado isso traz segurança, por outro amplia o anonimato.

O modelo “tudo em um” aparenta praticidade, mas não garante laços entre os moradores. O isolamento e até a sensação de clausura são frequentes.

O dilema da concentração populacional

Planejado como exemplo de densidade organizada, o edifício em formato de S expõe um dilema. Enquanto os serviços facilitam o cotidiano, o excesso de funções corrói as relações sociais.

A experiência muda de acordo com o andar, acentuando desigualdades internas. Esse gigante urbano desperta tanto fascínio quanto preocupação, lembrando que a vida em comunidade depende do interesse coletivo.