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Fernanda Varela
Publicado em 13 de setembro de 2025 às 07:23
Uma suposta revelação de Anna Carolina Jatobá voltou a colocar o caso Isabella Nardoni em destaque. Condenada pela morte da enteada, a madrasta teria relatado que Antônio Nardoni, pai de Alexandre e avô da menina, também teria atuado no crime. A denúncia motivou uma representação encaminhada ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). >
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá
O documento, apresentado por uma associação, acusa Antônio de ter colaborado na morte da neta, prestando auxílio ao casal condenado e ajudando a criar um álibi. “Segundo o relato da servidora pública, o referido indivíduo teria prestado auxílio consciente aos autores do crime, colaborando com a criação de álibi para acobertar os réus”, afirma um trecho.>
Isabella Nardoni
A representação aponta ainda que Antônio poderia ter participado “de forma efetiva ou instigadora, na execução da vítima, que à época ainda se encontrava com sinais vitais quando foi arremessada da janela”. A associação pede a reabertura das investigações e proteção policial à servidora que relatou os fatos, por temer represálias.>
O crime ocorreu há 17 anos. Isabella, de 5 anos, morreu após ser agredida e jogada do sexto andar de um prédio em São Paulo. O pai, Alexandre Nardoni, e Jatobá foram condenados por homicídio triplamente qualificado. Ele recebeu pena de 31 anos, ela de 26. Ambos cumpriram parte da pena em regime fechado e hoje estão em regime aberto.>
O jornalista Valmir Salaro já havia mencionado a versão da servidora meses atrás. Ele relatou que a agente penitenciária de Taubaté foi a primeira a ter contato com Jatobá ao ser presa. Segundo Salaro, Jatobá contou que “tinha participação de outra pessoa no caso que seria o sogro. Ela colocou a culpa no seu Antônio Nardoni (pai de Alexandre)”.>
Ainda de acordo com o jornalista, Jatobá teria dito que Antônio orientou o casal. “Segundo o relato, ele teria orientado os dois a sumir com o corpo da Isabella. E ela conta isso para a policial penal. Aí eu falo com ela e ela (a policial penal) conta na entrevista”.>
Salaro afirmou que a servidora chegou a falar com autoridades, mas a apuração não avançou. “Antes de contar, nós levamos essa moça e ela prestou depoimento sigiloso para dois promotores em Taubaté e a polícia começa a fazer uma investigação, mas acabou não continuando”.>
O jornalista também comentou sobre a ausência de confissão dos condenados. “Eles nunca confessaram e acho que nunca vão confessar o crime. Eu tenho uma ideia do que poderia ser. A verdade só eles sabem e eles nunca vão confessar publicamente porque eles têm dois filhos e esses filhos têm acesso à internet e vão saber que a irmã foi assassinada e os condenados foram os pais. As crianças vão talvez viver na eterna dúvida, meus pais tão negando, eu vou acreditar nos meus pais, não vou acreditar em outras pessoas. Podem pensar que foram injustiçados”.>