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Agência Correio
Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 08:00
A Lua de Sangue é um evento astronômico espetacular que desperta curiosidade e interpretações variadas ao redor do mundo. Formada durante um eclipse lunar total, ela ganha um tom avermelhado que impressiona tanto observadores casuais quanto estudiosos de astronomia e de religiões antigas. >
Além da explicação científica, o fenômeno carrega um imaginário simbólico forte em inúmeras culturas e aparece até mesmo em versículos bíblicos associados a sinais proféticos. Veja abaixo como ela surge, como observar e o que representa em diferentes tradições.>
Superlua
A Lua de Sangue acontece exclusivamente em eclipses lunares totais, quando a Terra bloqueia a luz solar e projeta sua sombra sobre o satélite. Durante esse alinhamento, a atmosfera terrestre filtra a luz que atravessa suas camadas, deixando passar apenas ondas mais longas, como as vermelhas. É essa filtragem que colore a Lua com tons intensos de vermelho ou laranja.>
O fenômeno é explicado pela dispersão de Rayleigh, o mesmo processo responsável por deixar o céu azul e os pores do sol alaranjados. A física age de forma precisa: enquanto as ondas curtas são absorvidas, as ondas longas atravessam a atmosfera e se refletem na superfície lunar. O resultado é um brilho avermelhado que costuma surpreender quem observa.>
Quando ocorre junto à Super Lua, o evento fica ainda mais impressionante. Nessa situação, a Lua está em seu ponto mais próximo da Terra, parecendo maior e mais luminosa. Ao unir o eclipse total com essa proximidade, a Lua de Sangue se destaca no céu com intensidade, tornando a experiência visual ainda mais impactante.>
A boa notícia para curiosos e amantes do céu é que a Lua de Sangue é totalmente segura de observar, diferente de eclipses solares que exigem proteção especial. Não é necessário ter telescópios ou equipamentos profissionais; basta olhar para o céu no momento exato do eclipse. Mesmo assim, binóculos e instrumentos de ampliação podem enriquecer a experiência e revelar detalhes mais nítidos da superfície lunar.>
Para melhorar a visibilidade, recomenda-se procurar locais escuros, afastados da poluição luminosa das grandes cidades. Áreas abertas, como praias, parques e zonas rurais, geralmente oferecem um céu mais limpo. A altitude também ajuda, pois quanto maior a elevação, menor o impacto da atmosfera e das nuvens.>
Como o fenômeno depende totalmente das condições climáticas, acompanhar previsões e calendários astronômicos é essencial. Observatórios costumam divulgar horários precisos de início, auge e fim do eclipse. Assim, é possível se preparar com antecedência para não perder nenhuma etapa da transição de brilho para o tom avermelhado.>
O fenômeno aparece em diferentes trechos das Escrituras, especialmente em contextos proféticos. Em Joel 2:31, lê-se: “A Lua se transformará em sangue antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” A imagem sugere um evento marcante, associado a mudança e julgamento divino, criando ao longo dos séculos diversas interpretações simbólicas e espirituais.>
Outro texto frequentemente citado é o de Apocalipse 6:12, que descreve uma Lua vermelha no contexto da abertura dos selos do juízo final. A cor intensa do satélite aparece como parte de uma sequência de sinais que antecedem transformações profundas. Para estudiosos, essas metáforas misturam elementos naturais com linguagem simbólica característica dos profetas.>
Apesar disso, cientificamente sabemos que o eclipse solar e o lunar, ambos mencionados de forma simbólica junto às profecias, não podem ocorrer ao mesmo tempo. Esse fato reforça a interpretação de que os textos bíblicos usam imagens poéticas e espirituais para representar mudanças intensas, mas não necessariamente descrevem um fenômeno astronômico específico.>
Desde a Antiguidade, a Lua de Sangue foi usada como símbolo de presságio, mudança ou renovação. Povos mesopotâmicos acreditavam que o tom vermelho representava o enfraquecimento temporário da Lua, levando sacerdotes a realizarem rituais de proteção aos líderes. Para eles, o céu revelava mensagens diretas dos deuses sobre o destino da sociedade.>
Entre povos indígenas da América do Norte, a Lua vermelha tinha um significado oposto: simbolizava força espiritual, renovação e ciclos naturais que se repetem. Ao observar o satélite tingido de vermelho, esses povos viam um momento de introspecção e conexão com forças invisíveis que regiam a natureza.>
Hoje, mesmo com a explicação científica estabelecida, o simbolismo persiste. Muitos ainda associam a Lua de Sangue a transformações pessoais, mudanças de energia ou momentos de reflexão. Assim, ciência e espiritualidade coexistem, mostrando que o fenômeno continua a provocar fascínio, seja por sua beleza visual, seja pela força de seus significados culturais.>