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Mulheres criam vila com entrada de homens proibida para envelhecer em paz

Comunidade no Texas reúne mulheres que buscam segurança, amizade e autonomia após divórcios e relacionamentos abusivos

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 06:00

No interior do Texas, mulheres constroem um refúgio onde o empoderamento e o apoio mútuo substituem o medo
No interior do Texas, mulheres constroem um refúgio onde o empoderamento e o apoio mútuo substituem o medo Crédito: Freepik

Cansadas de viver sob pressão, dependência e insegurança, um grupo de mulheres no Texas decidiu criar sua própria vila — um refúgio onde homens não entram e a tranquilidade é a regra.

Batizado de The Bird’s Nest (“O Ninho do Pássaro”), o local abriga mulheres que buscam envelhecer com liberdade, longe de relacionamentos tóxicos e do custo alto da solidão. Um artigo publicado no portal norte-americano Business Insider revelou a história e as intenções dessa comunidade.

The Bird’s Nest por Reprodução

A ideia nasceu da aposentada Robyn Yerian, de 68 anos, que transformou sua própria experiência de superação em um projeto de vida comunitária. Hoje, o pequeno vilarejo em Cumby, no Texas, é lar de cinco mulheres que se apoiam, se cuidam e compartilham sonhos.

Uma vila feita por e para mulheres

Depois de um divórcio difícil e anos sustentando os filhos sozinha, Robyn descobriu nas minicasas uma forma simples de recomeçar. Inspirada por um programa de TV, decidiu construir sua própria "tiny house" e, com o tempo, percebeu que poderia oferecer o mesmo refúgio a outras mulheres.

Ela comprou um terreno de cinco acres e, com economias da aposentadoria, ergueu o The Bird’s Nest. “Eu queria um espaço onde as mulheres pudessem viver em paz, sem julgamentos, sem medo”, contou ao Business Insider. A entrada de homens é vetada — uma regra que, segundo ela, protege o equilíbrio e a segurança do grupo.

O espaço funciona como um pequeno condomínio. Cada moradora traz sua minicasa e paga cerca de US$ 450 por mês para viver ali. Além das residências, há um centro comunitário e um salão usado para oficinas e eventos.

Uma rede de apoio em meio ao silêncio do campo

O The Bird’s Nest não é apenas um conjunto de casas. É uma comunidade que nasceu da empatia e da necessidade de recomeçar. Muitas das novas moradoras são mulheres que deixaram relacionamentos abusivos ou passaram por divórcios recentes e precisavam de um lugar acessível e seguro para viver.

“Se eu posso ajudar essas mulheres, por que não?”, disse Robyn. E ela cumpre o que promete: nunca aumentou o aluguel e até oferece descontos para quem enfrenta dificuldades financeiras. A ideia é garantir estabilidade e confiança, valores que sustentam o vínculo entre as moradoras.

Nos momentos difíceis, o grupo se une. Uma das vizinhas, por exemplo, fará uma cirurgia e todas se comprometeram a cuidar dela durante a recuperação. É assim que o ninho se mantém firme: na partilha e na solidariedade.

Um espaço para aprender e recomeçar

Mais do que um lar, o The Bird’s Nest se tornou um símbolo de empoderamento feminino. Em junho, a vila sediou seu primeiro workshop de construção civil. As participantes aprenderam a usar ferramentas, montar estruturas e instalar sistemas elétricos — habilidades que, muitas vezes, lhes foram negadas ao longo da vida.

“Eu queria criar um espaço onde as mulheres pudessem experimentar coisas novas sem que lhes dissessem que estavam fazendo errado”, afirmou Robyn. A oficina reuniu dezenas de mulheres de diferentes idades e histórias, todas em busca de autonomia.

O que começou como uma ideia simples de moradia virou um exemplo de resistência e autossuficiência. No The Bird's Nest, cada mulher constrói não só sua casa, mas também uma nova forma de envelhecer: em paz, cercada por amigas e com as próprias mãos no comando do futuro.