Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Navio afundado há 80 anos é localizada na Bahia e reacende curiosidade sobre naufrágio

Achado na Baía de Todos-os-Santos, navio está a cerca de 40 metros de profundidade

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 15:00

Descoberta amplia o conhecimento sobre naufrágios na região
Descoberta amplia o conhecimento sobre naufrágios na região Crédito: Freepik

Um pedaço da história voltou a aparecer nas águas profundas de Salvador, na Bahia. Trata-se do Belmonte, embarcação de 36,9 metros construída na Alemanha em 1914, que naufragou na Baía de Todos-os-Santos em 1941.

Porto da Barra na manhã desta quarta-feira (29) por Arisson Marinho/CORREIO

Segundo o médico e mergulhador László Mocsári, responsável por comunicar a descoberta ao projeto Naufrágios do Brasil, o Belmonte operava no transporte de mercadorias entre portos nacionais, prática conhecida como navegação de cabotagem, desde pelo menos a década de 1920.

O especialista relata que o navio era bastante usado para levar café e cacau até grandes navios com rotas internacionais, que não conseguiam atracar em portos menores, como os de Belmonte e Ilhéus, no sul da Bahia.

O dia em que tudo aconteceu

O naufrágio ocorreu há mais de 80 anos, na madrugada de 18 de dezembro de 1941, quando o Belmonte navegava rumo a portos menores, carregando remédios e bebidas.

Ao sair da Baía de Todos-os-Santos, na altura da Ilha de Itaparica, a embarcação de 90 toneladas se chocou contra o cargueiro Norma, de 400 toneladas.

O navio maior não sofreu danos, mas o Belmonte teve um grande buraco aberto no casco e não resistiu ao impacto. Na ocasião, os dez tripulantes e nove passageiros foram resgatados pelo próprio Norma e levados até Salvador.

Investigação que começou anos atrás

A confirmação da localização do Belmonte, feita neste ano pelos mergulhadores László Mocsári, Peter Tofte, Marcelo Rosário, José Manoel Lusquinhos, Roberto Costa Pinto e Fagner Rodrigues, teve início em 2018.

Naquele ano, junto de outros três mergulhadores, Mocsári soube do possível ponto do naufrágio por pescadores que haviam encontrado o local por acaso em 2010, durante a perseguição a um peixe cioba.

Na primeira visita à área, um dos pescadores mostrou objetos retirados dali.

Entre eles, estavam uma garrafa da marca Fratelli Vita, tradicional fábrica de refrigerantes de Salvador criada em 1902, e um telégrafo com a inscrição “Belmonte Bahia”, primeira pista concreta de que poderia ser o navio desaparecido.

Com o telégrafo como evidência inicial, o grupo começou a pesquisar sobre a embarcação. Um dos materiais usados foi o livro Naufrágios e Afundamentos na Costa Brasileira, de José Góes de Araújo, que relatava um acidente com esse mesmo nome em 1941.

A presença da garrafa da Fratelli Vita reforçava a hipótese de que o Belmonte tivesse feito escala em Salvador antes de zarpar.

A confirmação definitiva veio quando Mocsári buscou ajuda de Maurício Carvalho, biólogo e estudioso de naufrágios. Ao consultar jornais antigos, Carvalho encontrou informações que garantiram: os destroços pertenciam ao Belmonte.

O que restou no leito marinho

Segundo Mocsári, a parte mais imponente preservada no local é o motor a diesel de três cilindros.

Os mergulhadores também identificaram quatro âncoras: uma na popa, outra perto do motor e duas na proa, sugerindo que nenhuma delas foi lançada durante o acidente.

O registro inclui ainda dois guinchos situados na proa, várias garrafas espalhadas pelo centro da embarcação e um segundo telégrafo.