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O que explica? Humanidade recebe sinal de 10 segundos vindo de 13 bilhões de anos atrás

Explosão registrada por satélites mostra estrelas morrendo no início do cosmos

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 17:00

Evento observado pelo James Webb abre nova janela para o passado do universo
Evento observado pelo James Webb abre nova janela para o passado do universo Crédito: Divulgação/ESO/L. Calçada/M. Kornmesser

Um sinal rápido, quase efêmero, atravessou bilhões de anos-luz antes de alcançar a Terra. Em poucos segundos, ele entregou aos cientistas informações raras sobre uma época em que o universo ainda estava se formando.

A explosão GRB 250314A aconteceu quando o cosmos tinha apenas 730 milhões de anos e se tornou a evidência mais antiga de uma supernova já registrada.

Observar o espaço profundo é como folhear um álbum cósmico. Cada imagem revela uma fase diferente da história universal, e esse clarão específico nos leva a um dos capítulos mais antigos já acessados.

Observar planetas distantes não é tarefa simples por Divulgação

Uma detecção que exigiu rapidez global

O alerta surgiu em 14 de março de 2025, quando o satélite SVOM identificou uma explosão intensa de raios gama. O fenômeno, embora breve, indicava a morte violenta de uma estrela massiva.

Em seguida, uma rede internacional de observatórios entrou em ação. O Swift confirmou a posição da fonte, enquanto telescópios no hemisfério sul ajudaram a calcular sua distância extrema.

Diante da raridade do evento, o Telescópio Espacial James Webb foi acionado para investigar a origem do sinal. Sem ele, seria impossível confirmar a natureza da explosão.

Por que a observação levou meses

A explosão inicial durou segundos, mas sua observação completa levou muito mais tempo. Isso acontece porque a expansão do universo estica a luz, alterando a duração aparente do fenômeno.

Na prática, o tempo parece desacelerar quando olhamos para eventos tão distantes. O que seria rápido em escalas locais se transforma em meses de monitoramento para os astrônomos.

“Somente o Webb pôde demonstrar diretamente que essa luz provinha de uma supernova, ou seja, do colapso de uma estrela massiva”, afirmou Andrew Levan, da Universidade Radboud, em entrevista ao portal francês JVTech.

“Essa observação também demonstra que podemos usar o Webb para encontrar estrelas individuais quando o universo tinha apenas 5% de sua idade atual”, completa.

Números que ajudam a entender o feito

Para ilustrar a importância da descoberta, os pesquisadores compararam o GRB 250314A com outros eventos já observados. Os dados reforçam o caráter inédito da observação.

A tabela evidencia o alto desvio para o vermelho, indicando uma origem extremamente remota. Também mostra como a duração aparente aumenta devido à longa viagem da luz até a Terra.

Esses fatores colocam a observação em um patamar único dentro da astronomia moderna.

Quando o passado se parece com o presente

A análise do espectro trouxe a maior surpresa. Os cientistas esperavam uma explosão diferente das atuais, mas encontraram uma supernova muito semelhante às modernas.

“Chegamos com a mente aberta. E agora o Webb nos mostra que essa supernova é exatamente igual às supernovas modernas”, disse Nial Tanvir, da Universidade de Leicester.

O resultado sugere que o universo se organizou mais rápido do que se imaginava. Enquanto novas buscas continuam, sinais antigos seguem cruzando o espaço, esperando para contar suas histórias.