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Agência Correio
Publicado em 26 de novembro de 2025 às 08:55
Um chá consumido com frequência por quem busca bem-estar pode não ser tão seguro quanto parece. Apesar de natural, a bebida reúne compostos que despertam preocupação e fazem especialistas reforçarem a importância de cautela no uso diário. >
A hepatologista Patrícia Almeida, doutora pela USP, afirma em entrevista ao Metrópoles que o consumo contínuo pode gerar danos silenciosos no fígado. Segundo ela, muitas pessoas subestimam o risco por acreditarem, de forma equivocada, que produtos naturais não oferecem perigo.>
Chás
É justamente esse hábito despretensioso que preocupa médicos — e leva à revelação de qual chá, em especial, merece atenção redobrada. >
Classificados como naturais, muitos chás entram na rotina sem qualquer controle, mas isso não significa ausência de efeitos colaterais. A hepatologista explica que todo composto ingerido precisa ser metabolizado pelo fígado, o que já exige esforço constante. >
Assim, mesmo plantas consideradas inofensivas podem sobrecarregar o órgão, sobretudo quando consumidas com alta frequência. Por isso, o excesso pode gerar danos progressivos e muitas vezes imperceptíveis.>
A bebida em questão é o chá de cavalinha, frequentemente lembrado como “diurético natural”. No entanto, Patrícia Almeida afirma que ele apresenta “potencial hepatotóxico”, capaz de inflamar e lesionar o fígado. >
A médica alerta que o risco aumenta quando o uso é contínuo, especialmente entre pessoas que fazem outros tratamentos. Dessa forma, o que parece um reforço à saúde pode se transformar em uma sobrecarga silenciosa para o organismo.>
“O fato de ser uma planta não a torna isenta de risco”, explica a médica. Ela reforça que o fígado “não diferencia o que é natural do que é sintético”, e por isso metaboliza tudo da mesma forma. >
Durante esse processo, alguns componentes liberam subprodutos tóxicos que agridem as células hepáticas. Com o tempo, esse acúmulo pode elevar enzimas no sangue, causar inflamação e evoluir até para fibrose e falência hepática — efeitos que geralmente só aparecem quando o dano já avançou.>