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Agência Correio
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 13:00
A Agência Espacial Europeia (ESA) está à procura de voluntários para uma experiência singular. Os participantes precisam passar 10 dias deitados em um colchão d'água para ganhar uma quantia considerável: 5 mil euros, o equivalente a cerca de 31,2 mil reais. >
Chamado de Vivaldi III, o estudo visa replicar os efeitos da microgravidade no corpo humano, buscando entender melhor as mudanças fisiológicas que ocorrem no espaço e como minimizar seus impactos. A pesquisa acontece na Clínica Espacial Medes, na França.>
Experimento da Nasa europeia: dormir e viver, quanto tempo deitado você aguenta ficar?
Não se trata de uma cama comum, e sim de uma técnica chamada imersão seca. Os voluntários ficam suspensos sobre um líquido, cobertos por um tecido impermeável, o que cria uma sensação de flutuação, similar à ausência de gravidade. >
Eles permanecem submersos até a altura do peito, com a cabeça e os braços para fora, simulando a vivência de astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS).>
Durante os 10 dias, os participantes não podem sair da posição reclinada. As refeições são feitas sobre uma tábua flutuante, e um travesseiro especial ajuda a manter a postura. Até para as necessidades fisiológicas, há um esquema específico, onde os voluntários são transferidos para uma maca, sem abandonar a posição. >
A ESA busca por homens entre 20 e 40 anos, saudáveis, não fumantes, com IMC entre 20 e 26 e altura entre 1,65 m e 1,80 m. Os candidatos precisam estar em boa forma física e praticar exercícios regularmente, então se você se encaixa, essa pode ser a sua oportunidade. >
A ausência de gravidade provoca diversas alterações no organismo, como perda de massa muscular e óssea, além de mudanças hormonais. Este estudo analisa esses impactos, investigando as conexões entre os sistemas nervoso e visual e a resposta imunológica do corpo. >
Embora o foco seja a preparação de astronautas para missões espaciais longas, as descobertas podem ajudar a medicina aqui na Terra. Pacientes acamados, idosos e pessoas com doenças musculoesqueléticas podem se beneficiar dos resultados. >
Segundo Ann-Kathrin Vlacil, líder da equipe de ciências aplicadas à exploração humana da ESA, "ao estender esse período e compará-lo a outros métodos de simulação, estamos aprimorando nosso entendimento sobre os efeitos da gravidade zero no corpo humano e como minimizar seus impactos.">