Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Preta Gil será velada no Dia da Mulher Negra; entenda o significado da data

Cerimônia pública no Theatro Municipal do Rio, nesta sexta (25), coincide com data símbolo da luta de mulheres negras na América Latina e no Brasil

  • Foto do(a) author(a) Ana Beatriz Sousa
  • Ana Beatriz Sousa

Publicado em 25 de julho de 2025 às 06:00

Preta Maria Gadelha Gil Moreira
Preta Maria Gadelha Gil Moreira Crédito: Reprodução

O velório de Preta Gil será realizado nesta sexta-feira, 25 de julho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, das 9h às 13h, exatamente como ela desejava: cercada de afeto, arte e conexão com os fãs. O local, um dos mais emblemáticos da cultura brasileira, agora será palco de uma homenagem à altura de quem fez da própria vida uma luta por visibilidade, respeito e transformação.

A despedida da cantora acontece em uma data de forte simbolismo: o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em toda a região desde 1992, quando mais de 300 mulheres se reuniram no 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na República Dominicana.

No Brasil, a data também marca o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, instituído por lei em 2014. Tereza foi uma importante líder quilombola do século XVIII, símbolo de resistência e organização política das mulheres negras no país.

O 25 de julho marca há mais de três décadas o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data surgiu em 1992, no 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado na República Dominicana com mais de 300 participantes. Desde então, passou a representar a resistência contra o racismo, o sexismo e a invisibilidade histórica enfrentada por mulheres negras na região.

A escolha (ou coincidência) da data não passou despercebida. Mais do que uma cantora, Preta Gil foi presença ativa em diversos debates sociais. Ao longo de sua carreira, ela usou sua imagem e voz para enfrentar o racismo, a gordofobia e o machismo, além de se posicionar fortemente a favor dos direitos LGBTQIA+. Sua presença incomodava justamente por existir com liberdade, uma mulher sincera e que lutava por aquilo que acreditava. 

Nas redes, em entrevistas e nos palcos, Preta nunca se calou. Denunciou violências, exaltou afetos, cobrou respeito e abriu caminhos. Ao longo da vida, usou sua imagem para promover autoestima e representatividade. Em 2015, lançou uma linha de cosméticos pensada para a diversidade de tons de pele, e em 2023, já enfrentando o câncer, participou de campanhas contra o assédio no Carnaval.

“A Preta se foi no Dia do Amigo. E será celebrada no Dia da Mulher Negra. Essas datas específicas dizem muita coisa”, escreveu a DJ Tamy, amiga próxima da artista.

Preta Gil por Reprodução

  • Último desejo

Preta Gil faleceu no domingo, 20 de julho, aos 50 anos, após uma batalha de dois anos contra um câncer no intestino. Durante todo o tratamento, compartilhou com o público sua rotina de cuidados e reflexões, sempre com coragem e autenticidade.

O corpo da cantora será cremado em cerimônia reservada, no Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, às 14h. A cremação também atende a um pedido feito por ela ainda em vida.

Mesmo sem o cortejo com trio elétrico pelas ruas do Rio, desejo antigo de Preta que acabou não se concretizando por decisão da família, a Prefeitura anunciou uma homenagem permanente: o tradicional circuito de blocos de Carnaval do Centro da cidade passará a se chamar Circuito Preta Gil.

Preta Gil se vai, mas sua imagem permanece viva: como filha de Gilberto Gil, como símbolo de liberdade, como mulher negra que ousou existir com liberdade, verdade, como símbolo de amor, alegria e vida.