Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Elis Freire
Publicado em 9 de maio de 2025 às 06:00
As mulheres têm escolhido ter filhos cada vez mais tarde, optando por se estabilizar na carreira antes de decidir colocar alguém no mundo. Porém, a possibilidade de gravidez natural se reduz ao longo dos anos, de acordo com especialistas. Muitos relatam que as pacientes em busca de serem mães já chegam ao consultório já com a fertilidade comprometida. >
Uma pesquisa realizada pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) revelou que mais da metade das brasileiras (55%) desconhece opções de preservação de fertilidade, como o congelamento de óvulos e de embriões.>
“Ainda há um desconhecimento muito grande sobre saúde reprodutiva. Mulheres que chegam aos 30 anos e sonham em ter filhos, mas precisam adiar a maternidade por motivos diversos, devem realizar um aconselhamento reprodutivo para prevenção de problemas de fertilidade, uma vez que a mesma entra em declínio progressivo com o passar dos anos ", esclarece a médica Gérsia Viana, especialista em Reprodução Assistida e diretora do Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva. >
A idade é um dos fatores naturais que mais afetam a capacidade reprodutora feminina, já que o pico de fertilidade da mulher é entre os 20 e 25 anos de idade e há declínio significativo e progressivo após os 35 anos. De acordo a médica, há um conhecimento deste fator, mas as futuras mamães, em geral, não sabem que existem alternativas para preservar a fertilidade.>
“As mulheres sabem que o relógio biológico é um fator importante da fertilidade, mas ainda precisa haver mais conscientização sobre a importância de preservar sua condição reprodutiva”, aponta a especialista.>
As médicas Gérsia Viana e Bárbaras Melo indicaram algumas opções possíveis para que a mulher cuide da sua condição reprodutiva, caso deseje maternar. Confira:>
O aconselhamento reprodutivo para mulheres que atingiram 30 anos de idade e que sonham em ser mães no futuro ainda indefinido é uma etapa essencial de acordo com as profissionais. No processo, há uma consulta com um especialista em medicina reprodutiva para avaliar o histórico familiar da paciente e hábitos de vida que podem comprometer a fertilidade e a regularidade do seu ciclo menstrual.>
A mulher também passa também por exames de sangue e de imagem para identificar possíveis fatores de risco para infertilidade, como questões hormonais, reserva ovariana e infecções que podem comprometer o aparelho reprodutor.>
De acordo com as médicas, caso a mulher tenha mais de 30 anos não deve aguardar mais que um ano para iniciar uma investigação com o especialista. Se atingiu 35 anos, o prazo de espera não deve ultrapassar seis meses. “Após os 40 anos se a mulher deseja engravidar deve, de imediato, iniciar a investigação da sua capacidade fértil”, ressalta Bárbara Melo.>
Uma das alternativas para preservar a fertilidade feminina é a técnica de vitrificação. Considerado um método avançado, a vitrificação é realizada através da criopreservação de gametas femininos (óvulos) e proporciona taxas de gestação altas, uma vez que o procedimento preserva as características, a idade e a qualidade dos gametas femininos. >
O sucesso da técnica está associado com a idade da mulher no momento do congelamento e a quantidade de óvulos congelados, a recomendação é que o congelamento seja realizado antes dos 35 anos de idade”, reforça Melo. Quanto mais jovens forem os óvulos congelados e em maior quantidade, maior a chance de uma fertilização bem sucedida.>
Outra opção a ser considerada para preservação da fertilidade é o congelamento de embriões para futura implantação no útero. Nesse caso, é feito o procedimento de Fertilização in Vitro. Os óvulos coletados são fertilizados com o espermatozoide do parceiro ou sêmen de doador e os embriões obtidos são congelados para serem implantados no momento que a paciente decidir pela gravidez.>
“A indicação de cada técnica é individualizada e depende de vários aspectos, que devem ser alinhados adequadamente entre a paciente e o especialista em medicina reprodutiva”, destaca Viana.>