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Elis Freire
Publicado em 8 de maio de 2025 às 19:00
Dividir a cama com alguém que ronca pode ser mais difícil do que parece — especialmente quando o barulho se repete todas as noites. Segundo a Associação Brasileira do Sono, cerca de 40% dos adultos no país roncam, afetando diretamente a qualidade do sono de quem está ao lado. >
De acordo com o professor Daniel Vena, da Harvard Medical School, o ronco acontece quando os músculos da garganta relaxam demais durante o sono, estreitando as vias aéreas. "Esses músculos adormecem quando você adormece", explicou ao Estadão. O consumo de álcool e o excesso de peso agravam a situação, assim como resfriados e alergias, segundo a especialista Kuljeet K. Gill, da Northwestern University.>
A primeira medida é descartar a apneia obstrutiva do sono, condição séria em que a respiração para por alguns segundos durante a noite. "A maioria das pessoas com apneia do sono ronca", disse Vena ao jornal. Nesse caso, diagnóstico e tratamento adequados com ajuda de um especialista são fundamentais.>
Caso a apneia seja descartada e o ronco seja classificado como simples, há medidas que podem ajudar: dormir de lado em vez de barriga para cima (usando travesseiros para apoiar as costas ou até truques como costurar bolas de tênis na camiseta), usar tampões de ouvido, ventiladores ou ruído branco para abafar o som, e manter uma boa higiene do sono. Também vale encorajar a respiração nasal com tiras nasais ou lavagens e, se necessário, buscar ajuda médica para tratar obstruções nasais como desvios de septo ou pólipos. >
“A gravidade pode fazer com que as vias aéreas se estreitem quando a pessoa dorme de barriga para cima”, explicou Vena, sobre a primeira dica. >
Técnicas para amenizar o som também podem ser estratégias eficazes, segundo especialistas brasileiros e estrangeiros. “Tente usar tampões, ligar um ventilador ou reproduzir ruído branco”, recomendou Heather Gunn, da Universidade do Alabama. Já Wendy Troxel, da RAND Corporation, aconselha: “Se nada funcionar, considere o 'divórcio do sono'. Dormir em camas separadas não precisa ser um sinal de crise, desde que haja conexão fora do quarto.”>
Se nenhuma alternativa resolver, o chamado “divórcio do sono” — dormir em camas separadas — pode ser uma solução para preservar o descanso e o relacionamento. “A falta de descanso adequado também pode prejudicar um relacionamento”, afirma Wendy Troxel, da RAND Corporation.>