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Giuliana Mancini
Publicado em 4 de novembro de 2025 às 10:19
Desde que Tremembé estrou no Prime Video, muita gente começou a se perguntar o que é verdade e o que é mentira na série. Um dos momentos mais emblemáticos acontece logo no início do primeiro episódio, quando Suzane von Richthofen, interpretada por Marina Ruy Barbosa, sobrevive a um ataque na cadeia se escondendo em um armário. Mas o momento realmente aconteceu?>
O seriado é baseado em dois livros: "Suzane: Assassina e Manipuladora" (2020) e "Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido" (2021), ambos do jornalista Ulisses Campbell. Na primeira obra, o autor diz que uma rebelião foi feita pelo PCC na Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo, e por um motivo central: a captura de Suzane e de outra detenta de uma facção rival. >
Veja como está Suzane von Richthofen hoje
Segundo ele, logo que chegou, Suzane foi intimidada em tentativa de extorsão, à qual não cedeu. Foi quando houve uma rebelião comandada pelo PCC, com intenção de matá-la, assim como uma líder de facção rival, Aurinete Félix da Silva, mulher do preso César Augusto Roriz Silva, o Cesinha, fundador do PCC, mas que estava no Terceiro Comando da Capital.>
"A primeira (Suzane) deveria morrer por causa do crime cometido e para dar visibilidade ao PCC; a segunda, por ser considerada uma traidora", destaca o livro. Com ajuda de uma agente penitenciária, Suzane se escondeu em um almoxarifado logo que começou a rebelião. Depois de uma busca extensa, houve desconfiança de que Suzane estaria lá. Sem conseguir as chaves, as detentas tentaram arrombar as portas. >
"(...) Quando a rebelião explode, uma carcereira esconde Suzane acocorada, dentro de um armário de ferro, no almoxarifado). (...) As presas começaram a martelar com selvageria o armário. A cada pancada, a porta do móvel entortava lentamente. (...) As sanguinárias do PCC passaram a rolar o armário pelo chão. Debilitada por inanição, debatendo-se e abalada psicologicamente, Suzane começa a passar mal. Tem forças para ouvir a voz de Maria Bonita (presa que seria do PCC). Eu sei que você está aí dentro, sua cadela! Vou cortar sua garganta!", diz um trecho do livro.>
Pais de Suzane von Richthofen
Em entrevista ao Uol em 2020, Ulisses afirma que as cenas do livro de fato aconteceram e não foram 'romantizadas'. "Suzane ficou 48 horas trancada, sem água, e fez as necessidades ali. Só foi salva porque as presas começaram a brigar entre si, umas delas foi assassinada na briga, e porque o Batalhão de Choque invadiu a penitenciária", contou.>
"Depois de quase ter morrido, ela pediu uma indenização ao Estado, alegando que ele não a protegera. O juiz negou a indenização. Entendeu que ela fora sim protegida, pois trancada em um lugar seguro", completou o autor.>