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Vestígios de vida em Marte: o que significam as descobertas mais fortes já feitas no planeta vermelho

Robô Perseverance encontra sinais químicos que reforçam a hipótese de que Marte teve condições para abrigar vida em um passado distante

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 20:00

Não parece, mas planeta vermelho é semelhante ao nosso
Não parece, mas planeta vermelho é semelhante ao nosso Crédito: Imagem: PxHere

A busca por vida fora da Terra sempre fascinou a humanidade. Dentro de nosso próprio Sistema Solar, Marte é o que apresenta as condições mais favoráveis, tornando-se o foco principal dos pesquisadores. O rover Perseverance, um robô avançado, explora a superfície marciana e encontrou fortes evidências de vida em um passado remoto.

Marte por Divulgação/Nasa

Entender a importância dessas descobertas não é tarefa fácil para quem não é especialista em astrobiologia. Para simplificar, o astrofísico Ersin Göğüş, da Sabancı University, em Istambul, explicou o que os vestígios encontrados significam. Suas análises ajudam a compreender por que a NASA está tão otimista.

As descobertas do Perseverance nos aproximam de uma resposta definitiva. A missão do rover é explorar e coletar dados para trazer à tona a verdade sobre o passado do planeta vermelho, e seus resultados já estão gerando grande empolgação na comunidade científica.

A descoberta na Cratera de Jazero

A hipótese de que a vida existiu em Marte em um passado distante ganha cada vez mais força. O rover Perseverance pousou em 2021 na Cratera de Jazero, que se acredita ter sido um lago há 4 bilhões de anos. Os resultados das análises químicas da superfície, divulgados recentemente na revista Nature, trouxeram evidências animadoras.

O Perseverance encontrou matéria orgânica e minerais como fosfato de ferro, sulfato de ferro e argila oxidada. A descoberta mais intrigante foram os "nódulos", pequenas formações que continham esses três elementos juntos. Essa combinação química é a chave da pesquisa, pois sugere um ambiente muito semelhante àquele que se acredita ter dado origem à vida na Terra.

A matéria orgânica encontrada era mais abundante em rochas com minerais menos oxidados. Isso sugere que a presença de matéria orgânica e esses minerais juntos pode ser um indício de que processos biológicos ocorreram no local, em vez de reações puramente geoquímicas. Essas evidências são as mais fortes encontradas até agora.

Marte e sua semelhança com a Terra

O planeta vermelho é, em muitos aspectos, um primo distante da Terra. Sua inclinação axial de 25,2° é bem próxima aos 23,5° da Terra, o que faz com que Marte tenha estações do ano como nós. Além disso, o dia marciano dura 24 horas e 40 minutos, um período muito similar ao nosso. O ano, por sua vez, é mais longo, durando cerca de dois anos terrestres.

A sonda Mariner 9 já confirmou que, em um passado distante, Marte possuía água líquida em sua superfície. Hoje, o clima na região equatorial pode chegar a 20°C durante o dia, mas cai drasticamente para -70°C à noite. Essa enorme variação de temperatura se deve à ausência de uma atmosfera densa, que não consegue reter o calor do sol.

Cientistas acreditam que, se Marte possuísse uma atmosfera mais robusta, seu clima seria mais complexo e estável, o que teria sido muito mais propício ao surgimento e à evolução da vida.

A busca continua

Apesar da empolgação, os cientistas mantêm a cautela. Ainda é cedo para confirmar a existência de vida em Marte. É preciso realizar mais estudos e análises para ter uma resposta definitiva. Os vestígios encontrados podem ter sido resultado de processos não biológicos, e a única forma de ter certeza é com análises futuras.

Se a vida marciana for confirmada, os cientistas terão um trabalho complexo. Primeiro, terão que entender que tipo de vida é essa e como ela surgiu. Em seguida, o desafio será descobrir por que ela não evoluiu para uma forma de vida mais complexa, como a que existe na Terra. A busca pela resposta continua, impulsionada pelas novas descobertas do Perseverance.