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Agência Correio
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 14:00
A identificação de transtornos neurológicos, como o autismo (TEA) e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), no Brasil, muitas vezes enfrenta obstáculos significativos. O processo, que pode se estender por anos e acarretar custos elevados, acaba postergando o início de tratamentos cruciais para o desenvolvimento e a qualidade de vida das pessoas. >
Autismo
Em resposta a esse desafio, a Braine, startup concebida pelo doutorando Gabriel Cirino, da USP, surge como uma solução promissora. Sua ferramenta baseada em inteligência algorítmica consegue diminuir o tempo de diagnóstico para duas semanas, com custo reduzido e a possibilidade de atendimento em regiões de difícil acesso.>
Essa inovação tem como base a experiência de vida de seu criador. Gabriel, que demorou a obter seu próprio diagnóstico de TDAH e TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizado), entende a importância de agilizar esse processo e tornou sua missão pessoal ajudar a criar um futuro mais inclusivo.>
Gabriel Cirino superou diversos obstáculos em sua trajetória acadêmica e profissional. Após 15 anos para concluir a graduação e a perda de oportunidades, ele finalmente descobriu sua neurodiversidade, o que foi um ponto de virada em sua vida.>
Com acompanhamento adequado, ele completou o mestrado rapidamente e iniciou seu doutorado na USP. Inspirado por essa transformação, ele fundou a Braine. "O tratamento fez dele um ‘foguete’", e com a startup ele busca ajudar outras pessoas que ainda esperam por um diagnóstico.>
A Braine se destaca por sua abordagem inovadora. Usando inteligência algorítmica, a plataforma adapta os padrões da neuropsicologia para a realidade do Brasil, simplificando o processo de diagnóstico de autismo e TDAH. A tecnologia é capaz de entregar resultados precisos em poucas semanas.>
Os relatórios gerados pela ferramenta oferecem um suporte valioso para médicos e psicólogos, liberando-os para se concentrar no tratamento dos pacientes. Além disso, a plataforma pode ser acessada pelo celular, garantindo maior acessibilidade e democratizando o diagnóstico em todo o país.>
A startup vai além do diagnóstico. Integrada a sistemas como o gov.br, a Braine visa colaborar com políticas públicas, facilitando a criação de Planos Educacionais Individuais (PEI). O objetivo é gerar um impacto social positivo, principalmente para crianças neurodivergentes.>
Gabriel está em busca de investidores e estabilidade para sua equipe. A visão é clara: democratizar o acesso ao diagnóstico de neurodiversidades, reduzir custos e alcançar milhares de famílias. Como ele mesmo afirma, a iniciativa é um "movimento pela inclusão e valorização da neurodiversidade".>