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Felipe Sena
Publicado em 27 de julho de 2025 às 10:49
A ciência e a medicina andam juntas e avançam em novas descobertas a cada dia. A mais recente, foi criada por cientistas do Instituto de Tecnologia de Zurique (ETH), na Suíça. Os cientistas criaram um sensor não-eletrônico em um absorvente íntimo que pode reconhecer doenças ginecológicas. >
Ciclo Menstrual
Mais do que um teste rápido, às informações detectadas pelo dispositivo desenvolvido no instituto são um reforço no diagnóstico precoce de doenças. Assim como em outros testes rápidos de outras patologias, a tecnologia reconhece biomarcadores a partir de determinadas proteínas entre centenas presentes na menstruação, cuja composição varia ao longo do ciclo.>
Quando analisados, os biomarcadores apresentam características que podem fornecer informações sobre os processos do organismo, funcionando como um indicador quando algo está errado e precisando de ajuda ou tratamento no corpo da mulher.>
Os pesquisadores do ETH esperam expandir a lista de marcadores biológicos detectáveis através do MentruAI - Inteligência Artificial - que até agora reage a três marcadores. São elas uma proteína que costuma ficar elevada em estágios de câncer de ovário e endometriose (CA-125), um antígeno que normalmente aparece em vários tipos de câncer (CEA) e uma proteína relacionada à inflamação (PCR).>
Os resultados colhidos pela inteligência são analisados com auxílio de um aplicativo para celular, que avalia nuances como intensidade e cor do indicador.>
Em seguida, o app faz a análise através de fotos depois que o absorvente é usado, pois a tonalidade do sangue varia de acordo com o possível estímulo do biomarcador em contato com o antígeno do dispositivo, além da qualidade de proteínas presentes.>
Um dos objetivos dos cientistas é fazer do dispositivo uma solução acessível para mulheres em situação de vulnerabilidade econômica, que sofrem com escassez de serviços de saúde. No entanto, o MenstruAI ainda não foi disponibilizado para o mercado.>
A tecnologia passou por um estudo com voluntários para verificar sua viabilidade. Os próximos passos devem ser um estudo com mais de 100 pessoas e a testagem do dispositivo em condições reais de uso no dia a dia das mulheres.>