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Agência Correio
Publicado em 12 de novembro de 2025 às 19:30
O café é presença diária na mesa do brasileiro, mas o quanto dessa bebida pode ser consumido sem causar mal à saúde? Especialistas explicam os limites seguros, como adoçar e o que muda entre o coado e o expresso. >
Segundo estudos da Universidade de São Paulo e da European Food Safe Authority, até quatro xícaras de café coado por dia são consideradas seguras, mas o tipo da bebida e a sensibilidade individual fazem diferença.>
Entre os benefícios e riscos, o café divide opiniões. Em entrevista ao g1, a endocrinologista Cíntia Cercato, do Hospital das Clínicas da USP, afirma que a bebida “é capaz de proteger o coração e prevenir doenças como Alzheimer e Parkinson”, mas o consumo excessivo pode causar ansiedade e insônia.>
Café
O tipo de preparo muda a concentração de cafeína. Enquanto 125 ml de café coado contém cerca de 85 mg de cafeína, apenas 30 ml de café expresso podem chegar a 60 mg. Ou seja, uma pequena xícara de expresso equivale a metade de uma xícara média de coado.>
Para quem já consome outras fontes de cafeína — como chás, refrigerantes à base de cola, chocolate ou energéticos — é importante somar todas as quantidades para não ultrapassar o limite diário recomendado.>
A especialista ressalta que pessoas com doenças cardíacas, gestantes e quem faz uso de suplementos com cafeína devem evitar o consumo exagerado. “O café não é proibido, mas é preciso moderação para evitar efeitos como arritmia”, afirma Cercato.>
De acordo com a endocrinologista do HC da USP, não há comprovação científica de que o café cause vício. No entanto, o consumo diário e exagerado pode gerar tolerância, levando à necessidade de doses maiores para sentir os mesmos efeitos de disposição e foco.>
A nutricionista Alessandra Gaspar Sousa, doutora em Nutrição Humana pela UnB, recomenda tomar o café puro. “Mas, se for adoçar, prefira opções naturais no lugar do açúcar branco”, orienta. Entre as alternativas estão:>
A barista Isabela Raposeiras completa: “O café de qualidade não é amargo. Se precisa de açúcar, talvez o problema seja o tipo de grão que você está usando”.>
O café é rico em antioxidantes, vitaminas e flavonoides — substâncias que ajudam na circulação e na proteção das células contra o envelhecimento precoce. Além disso, estimula a produção de dopamina e adrenalina, hormônios ligados ao bem-estar e à disposição.>
Segundo a médica Cíntia Cercato, “o café vai muito além da cafeína, pois é uma bebida funcional que, quando consumida com equilíbrio, pode melhorar a memória, o foco e o desempenho esportivo”.>
O nutrólogo Audie Nathaniel Momm, do Hospital do Servidor Público Estadual, explica que o café puro não causa ganho de peso. “O que engorda é o açúcar e o acompanhamento calórico”, observa. Ele acrescenta que o efeito termogênico da bebida pode até favorecer o metabolismo em dietas equilibradas.>
Especialistas ainda divergem, mas não há evidências de que pequenas quantidades prejudiquem a saúde infantil. Cercato recomenda evitar o café antes dos dois anos e, acima disso, permitir pequenas doses misturadas ao leite, substituindo achocolatados açucarados.>
De acordo com a nutricionista Sousa, o café deve ser consumido em até 30 minutos após o preparo. “Depois disso, começa a oxidação, que altera o sabor e pode causar náuseas e desconforto gastrointestinal.”>
Para garantir aroma e sabor, a barista Raposeiras recomenda moer o grão na hora e evitar o café em pó industrializado, que perde propriedades minutos após a moagem. Guardar o café em local fresco, longe da luz e da umidade também é essencial para manter a qualidade.>
Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o Brasil é o maior produtor e exportador do mundo, além de ser o segundo maior consumidor da bebida, atrás apenas dos Estados Unidos.>
“Depois da água, o café é a bebida mais consumida pelo brasileiro”, reforça Cercato. E, com equilíbrio, pode continuar sendo um dos prazeres mais saudáveis do dia.>