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Você fica no celular e computador por muito tempo? Tome cuidado com essa síndrome

Brasil é o segundo país que mais gasta tempo nas redes sociais

  • Foto do(a) author(a) Giuliana Mancini
  • Giuliana Mancini

Publicado em 4 de julho de 2025 às 06:00

Uso de telas
Uso de telas Crédito: Shutterstock

O Brasil é o segundo país que mais gasta tempo nas redes sociais. É o que apontou um levantamento global da Meltwater, que revelou que os brasileiros totalizam 9 horas e 15 minutos/dia entre Instagram, TikTok, X e outros. A gente só perde nesse ranking para a África do Sul onde a população fica 9 horas e 24 minutos/dia conectada. E isso pode render problemas sérios para a população.

Um outro estudo, dessa vez feito por pesquisadores da Aston University (Reino Unido) e publicado no Science Direct, concluiu que a síndrome do olho seco está em alta entre jovens que fazem uso prolongado das telas. A pesquisa acompanhou, durante um ano, 50 pessoas com idade entre 18 e 25 anos que permaneciam 8 horas/dia diante das telas.

No fim do período, 56% dos participantes apresentaram olho seco e 90% tinham pelo menos um dos sintomas entre vermelhidão, sensação de areia nos olhos, coceira, visão embaçada, dor de cabeça ao fim do dia.

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier, primeiro hospital especializado em Oftalmologia da América Latina, o olho seco é uma alteração na quantidade ou qualidade de uma das três camadas da lágrima – aquosa, gordurosa e proteica. "Nossos olhos não foram feitos para fixar imagens próximas por muito tempo como a vida digital impõe", explicou.

Segundo ele, o pouco movimento que fazemos com os olhos em frente aos dispositivos é um dos fatores que colaboram para o olho seco. Além disso, as 16,7 milhões de cores emitidas pela tela sobrecarregam os músculos do órgão com toda esta variação de luminosidade. Há, ainda, a diminuição do número de piscadas - de 20 para 6 vezes por minuto.

Queiroz Neto ressaltou que crianças deve ser estimuladas a praticar, no mínimo, duas horas de atividades físicas em ambientes externos para evitar não só o olho seco, como também a miopia.

Outros fatores de risco

De acordo com o especialista, o olho seco é multifatorial. Outros fatores de risco associados à condição são:

  • Baixa umidade ou aumento da poluição no ar; 
  • Permanecer em locais fechados; 
  • Ambientes climatizados; 
  • Uso contínuo de medicamentos para hipertensão arterial, anti-histamínicos e antidepressivos; 
  • Alimentação pobre em ácidos graxos; 
  • Baixo consumo de água; 
  • Uso de lente de contato; 
  • Doenças autoimunes, dermatite atópica ou síndrome de Stevens-Johnson; 
  • Menopausa e flutuações hormonais na mulher; 
  • Andropausa; 
  • Ceratocone e blefarite.

Tipos de olho seco e tratamentos

O tipo de olho seco mais frequente é o evaporativo, que corresponde a cerca de 70% dos casos da doença. O oftalmologista salientou que ele é causado por uma disfunção em pequenas glândulas localizadas na borda das pálpebras que secretam a camada lipídica da lágrima.

"É esta porção da lágrima que mantém a camada aquosa suspensa na superfície do olho para proteger sua superfície das agressões externas", afirmou. O oftalmologista também pontuou que a disfunção pode ser causada pela obstrução dessas glândulas por excesso de oleosidade na pele, cremes ou maquiagem.

O olho seco também pode ser causado por uma diminuição na produção da camada aquosa, causada por alterações hormonais, doenças autoimunes e medicamentos - sendo,  neste caso,  mais frequente em idosos.

"O tratamento depende o do diagnóstico e pode ser feto com colírios, pomadas, aplicações de luz pulsada ou implante de plugue no canal lacrimal para manter no olho a camada aquosa. O tipo de tratamento dependo do resultado do exame de imagem que permite visualizar onde está a deficiência", explicou.

Prevenção

As dicas de Queiroz Neto para prevenir o olho seco são:

  • Descanse das telas a cada 20 minutos, olhando para uma distância de 6 metros por 20 segundos;
  • Beba 300 ml de água para cada quilo de seu peso;
  • Posicione o dispositivo abaixo da linha dos olhos;
  • Desligue todos os dispositivos 1 hora antes de se deitar;
  • Limpe as pálpebras com um cotonete embebido em shampoo neutro toda noite;
  • Evite a exposição de crianças às telas antes de completarem 2 anos;
  • Consulte um oftalmologista regularmente;