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"A Última Sessão de Freud" traz o diálogo entre o pai da psicanálise e o escritor C.S. Lewis

Espetáculo segue até o próximo dia 28 no Teatro Sesc Casa do Comércio; ingressos custam entre R$ 50 e R$ 140

  • Foto do(a) author(a) Gilberto Barbosa
  • Gilberto Barbosa

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 06:00

Os protagonistas são interpretados pelos atores Odilon Wagner (Freud) e Marcello Airoldi (Lewis) Crédito: Divulgação

O ano era 1939. No dia em que é deflagrada a Segunda Guerra Mundial, o psicanalista Sigmund Freud recebe o escritor C. S. Lewis para uma conversa em seu consultório, na cidade de Londres, na Inglaterra. Durante 1h30, eles conversam sobre assuntos como a existência divina, o sentido da vida, a natureza e as relações humanas.

Crítico do pensamento religioso, Freud busca entender os motivos pelos quais Lewis renunciou ao ateísmo e se converteu ao cristianismo. Esse é o ponto de partida da peça A Última Sessão de Freud, que estreia nesta sexta (19), no Teatro Sesc Casa do Comércio, onde segue até dia 28, sempre de sexta a domingo.

Essa é a segunda passagem da peça por Salvador, após uma temporada de sucesso no ano passado. Com direção de Elias Andreato, a obra é baseada no livro Deus em Questão, escrito pelo professor doutor Armand M.Nicholi Jr. e adaptado ao teatro pelo autor americano Mark St. Germain. Os protagonistas são interpretados pelos atores Odilon Wagner, que vive Freud, e Marcello Airoldi, que dá vida a Lewis.

“Eles conversam de uma forma bem-humorada, se cutucando, se ironizando, mas também tem momentos de sofrimento de ambos, onde se acolhem. Enquanto há o diálogo, também há um conflito do lado de fora, com o rádio trazendo notícias a todo momento, além do barulho de bombas e sirenes pela cidade. Tudo isso torna esse universo muito presente para eles”, afirma Odilon.

A presença da guerra na vida dos personagens se estende para além do fato de estarem em uma cidade sob ameaça constante de bombardeios. Judeu, Freud chegou na capital inglesa após fugir da perseguição nazista na Áustria, seu país natal - e de Hitler. Já Lewis serviu o exército inglês na Primeira Guerra Mundial e revive traumas dessa experiência conforme novas informações chegam pelo rádio.

“No mundo em que vivemos hoje, onde quem pensa diferente se torna inimigo, a peça é um alento e um elogio ao diálogo. São dois homens com pensamentos totalmente diferentes, que travam embates veementes, mas que nunca passam da linha do respeito e vão para o ataque pessoal”, pondera o ator.

"A Última Sessão de Freud" ganhou versão em longa-metragem; filme está disponível na HBO Max Crédito: Divulgação

Para se preparar para interpretar o “pai da psicanálise”, Odilon Wagner evitou ver obras sobre a vida de Freud para fugir de possíveis caricaturas acerca do personagem histórico. “Ele é um dos homens mais conhecidos do século XX para cá. Qualquer pessoa que não conhece nada de psicologia, sabe alguma coisa sobre ele. O maior desafio na preparação foi justamente buscar essa humanidade do Freud e, para isso, eu queria evitar me ‘contaminar’ com outras percepções sobre ele”, justifica.

“A Última Sessão de Freud” segue em cartaz no Teatro Sesc Casa do Comércio até o dia 28 de setembro, com exibições às sextas e sábados, às 20h e aos domingos às 17h. Por conta da demanda, uma sessão extra foi aberta aos sábados, às 17h. Os ingressos variam entre R$ 50 e R$ 140 e podem ser adquiridos pelo Sympla.

Após as sessões das sextas-feiras, o público poderá acompanhar um debate sobre os temas abordados no espetáculo. Nesta primeira semana, a conversa contará com a participação do psicanalista Marcelo Veras e do comunicador Mário Kértesz.

“Nos meus 55 anos de carreira, eu nunca tive a oportunidade de interpretar um personagem tão potente quanto esse. O impacto que o pensamento do Freud ainda tem, mesmo no século XXI, é impressionante. A beleza da peça é justamente o fato de não ter vencedor, são duas pessoas conversando, apresentando suas visões de mundo e causando reflexões em quem assiste”, finaliza Odilon Wagner.