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Pedro Carreiro
Publicado em 6 de novembro de 2025 às 16:23
A derrota do Bahia por 3x0 para o Atlético-MG, na última quarta-feira (5), pela 32ª rodada do Brasileiro foi repleta de polêmicas. O Esquadrão deixou a Arena MRV indignado com a arbitragem, especialmente com a atuação do VAR, comandado por Rafael Traci (PR). O clube divulgou uma nota oficial em que expressa “extrema preocupação” com a falta de uniformidade nos critérios adotados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), enquanto o técnico Rogério Ceni disparou duras críticas na entrevista coletiva após a partida. >
No comunicado, divulgado nesta quinta-feira (6), o Bahia afirma que tem alertado a CBF sobre a necessidade de medidas para garantir decisões mais coerentes no futebol brasileiro. O texto destaca a “oscilação de critérios e inconsistência na aplicação das regras”, apontando o contraste entre o pisão de Júnior Alonso em Michel Araujo, ignorado pela arbitragem, e expulsões ocorridas em lances semelhantes em outras partidas da rodada. >
“É notável que, na mesma noite, o VAR não considerou necessário aplicar cartão vermelho por uma entrada forte sofrida por Michel Araujo, enquanto, em outra partida, um lance semelhante resultou em expulsão”, diz a nota. >
Veja como foi Atlético-MG x Bahia
O Bahia também manifestou incômodo com o que considera uma sequência de prejuízos após reclamações públicas de adversários. Segundo o clube, isso já havia ocorrido no jogo contra o Grêmio, em maio, e se repetiu diante do Atlético-MG, que havia se queixado da arbitragem na rodada anterior, contra o Internacional.>
“Preocupa também o fato de o Bahia ter sido novamente prejudicado após reclamações públicas do adversário sobre problemas com arbitragem nas partidas imediatamente anteriores”, aponta o texto.>
A nota termina defendendo a profissionalização da arbitragem e o uso de critérios padronizados: “A evolução do futebol brasileiro passa por uma arbitragem profissional e que utilize os mesmos critérios, independentemente de contra quem estes são aplicados.”>
Após a partida, Rogério Ceni também não poupou críticas ao árbitro de vídeo Rafael Traci, que recomendou a expulsão de Kanu, mas não interveio no lance envolvendo Júnior Alonso e Michel Araújo logo no primeiro minuto. Para o treinador, a atuação do VAR foi determinante no resultado. >
“O jogo começa em Inter x Atlético-MG, quando o Hulk foi expulso. Hoje, o jogo foi ditado nesse ritmo. Rafael Traci, que fica escondido, teve a coragem de chamar o lance para expulsão de Kanu, mas não chamou para o do Michel, que teve o meião rasgado. O VAR não teve a coragem de dar nem um amarelo”, criticou o técnico.>
Ceni afirmou ainda que o árbitro de campo, Davi de Oliveira Lacerda, “fez um jogo ok”, mas que o problema está no uso do vídeo. “Não é que o árbitro seja ruim, mas o senhor Rafael Traci no VAR... o que acontece com ele? Como vai explicar um lance claro de expulsão? Nada vai acontecer. Esse é o futebol brasileiro”, completou.>
O treinador também questionou a falta de transparência no trabalho do árbitro de vídeo: “O rosto do árbitro do VAR precisa ser colocado, apresentado, se não só a gente sofre com a pressão. Vai dizer que isso é justo?”, indagou >
Mesmo com o revés e o sentimento de ter sido prejudicado pela arbitragem, o Tricolor segue no G5 do Campeonato Brasileiro, com 52 pontos, apenas um à frente do Botafogo. O próximo compromisso será neste sábado (8), às 18h30, contra o Internacional, no Beira-Rio, em Porto Alegre. >