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Giuliana Mancini
Publicado em 1 de maio de 2025 às 12:39
O Bahia largou em vantagem na terceira fase da Copa do Brasil. Mesmo com um time de reservas, o Esquadrão bateu o Paysandu por 1x0, fora de casa, e chegou ao quarto triunfo seguido na temporada. Cauly foi o autor do gol, no fim da primeira etapa. Após a partida, o técnico Rogério Ceni admitiu que o tricolor "errou mais que o normal", mas comemorou o resultado.>
"Vencer é sempre importante, principalmente seis dias fora, dois jogos difíceis. Mas como jogo em si não fizemos um bom primeiro tempo, não começamos conforme a gente joga. Quis arriscar com o Erick na direita imaginando que ele ia ter mais espaço para evoluir que um zagueiro, a gente queria poupar o Gilberto, um dos que mais jogaram. Não conseguimos ter sintonia fina no início do jogo, melhoramos, segundo tempo melhorou bastante, jogou um futebol melhor. Dentro de tantos jogos, com tantas trocas, temos que comemorar o resultado e a vantagem na Fonte Nova", disse, em entrevista coletiva.>
O jogo>
Paysandu um bom time, jogou diferente hoje, veio mais precavido, PK fez saída a três. Fomos buscar jogos do estadual para entender como jogaria. Não foi a maneira como o Paysandu jogou, nós erramos mais que o normal, erramos mais passes que o normal no começo. São muitas mudanças, Gabriel Xavier e Michel Araujo não jogavam há mais de 30 dias, mas tínhamos que botar esses jogadores, para observar. Araújo abaixo na parte física, Gabriel sofreu um pouco no começo do jogo, erros. Erick foi um experimento meu, já contava com esse desgaste do Gilberto, demora para voltar o Arias. Nos próximos quatro jogos provavelmente não estará com a gente. Erick já havia jogado dessa maneira no Athletico-PR, queria experimentar ele em construção a três, me dá bola aérea, defende muito bem o espaço, mas faz tempo que não joga nessa função e teve dificuldade, quem sabe numa função mais à frente possa fazer melhor. Mas foi uma noite para resgatar jogadores que não jogavam há muito tempo. Acho que poderíamos, sim, no segundo tempo ter ampliado o placar, poderíamos sair com 2 a 0, mas no começo do jogo cedemos chances de contra-ataque ao Paysandu, dentro do que jogamos foi um placar justo.>
Novo triunfo fora de casa>
Acho que a gente joga melhor em casa, mas a gente vem de dois resultados expressivos fora. A única derrota foi contra o Cruzeiro, fora. Mas a gente tem no apoio da torcida, no conhecimento do gramado, na atmosfera, nossos melhores jogos são na Fonte Nova. Mas em relação ao ano passado estamos competindo mais fora de casa, estamos sendo mais duros fora, mas somos melhores em casa.>
Problemas>
Com relação aos problemas alguns agravam, o caso do Gilberto preocupa bastante, sentiu um incômodo e vamos ver amanhã em Salvador o que realmente aconteceu. Preocupa bastante. Por outro lado, ver Gabriel Xavier fazendo 90 minutos, Rezende fazendo um bom jogo, destaque para mim de hoje, Michel voltando, tendo minutos. No caso do Gilberto, se constatado algo mais grave, aí preocupa para a gente. Sem o Arias começamos a ficar com uma situação mais preocupante até essa parada.>
Maratona de jogos>
É difícil manter o nível de jogo, por mais que você tenha elenco para isso, jogadores que façam boas reposições, mas em alguns lugares do campo a gente vem sofrendo mais. A gente se prepara para ter dois atletas por posição e ter alguém na base para ajudar. Mas um jogo a cada 60, 70 horas, com viagem. Perde noite de sono, não treina, faz preparação sexta para jogar no sábado um jogo pesadíssimo contra o Botafogo. Pega Nacional, viaja para pegar o Flamengo, depois para a Colômbia para enfrentar o Atlético Nacional. Uma hora desgasta realmente. Não é só físico, é muito o lado mental, agora o grupo tem se mostrado focado, tentando suprir as necessidades, louvável a atitude deles, se não joga tão bem, não deixa de competir, esse é o principal ponto da gente.>
Seleção>
Sobre Seleção, logo anunciam o treinador, importante que façam uma boa escolha. Uma besteira que não pode ser treinador de fora, que deem liberdade para trabalhar. Alguém que seja escolhido para ter carta branca e escolher modelo de jogo e sucesso, escolha os jogadores que quiser. Tenho mais oito meses de contrato com o Bahia e pretendo cumprir até o final.>
Lesões>
Todos os times têm muitos jogadores lesionados, em proporção acho que não temos tanta lesão assim. Temos um departamento que cuida bem dos atletas, faz um pré-treino interessante para proteger o atleta, agora quando chega no jogo, últimos minutos, você quer competir até o fim, normalmente é aonde acontecem as lesões. Ano passado tínhamos cinco dias, uma semana, mas agora é desumano, não tem nada, é quarta, domingo, aliás, foi segunda, quinta, domingo, quarta e sábado. Estamos desde 23 de janeiro jogando quarta e domingo. Nunca passei por isso como atleta, nem como treinador. Impossível sair ileso. Para a gente sair de São Paulo, perna dobrada, deixamos o hotel às 14h, chegamos em Belém às 20h. Vamos sair daqui e vamos chegar amanhecendo o dia. Por mais que você possa fretar um avião, mas ficar sentado, perna dobrada. Não consegue descansar. Problema é maior quando você tem lesão dupla para a função. Vamos torcer para que não seja nada. Esperar a volta do Arias e trabalhar as situações, como foi hoje com o Erick.>