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Menino de 7 anos supera cirurgia rara após transplante de coração e celebra título do Flamengo

Davi, operado no Hospital São Luiz Itaim, recebeu apoio de jogadores e assistiu à final da Libertadores ao lado da família

  • Foto do(a) author(a) Pedro Carreiro
  • Pedro Carreiro

Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 17:34

Comemoração com a equipe do Hospital São Luiz Itaim no dia da alta de Davi
Comemoração com a equipe do Hospital São Luiz Itaim no dia da alta de Davi Crédito: Divulgação/ Rede D'Or

Apaixonado pelo Flamengo desde os primeiros anos de vida, o pequeno Davi Rafael Correa da Rosa, de 7 anos, protagonizou uma das histórias mais emocionantes fora das quatro linhas nesta temporada. Morador de Monteiro Lobato, no interior de São Paulo, ele venceu uma batalha pela vida após enfrentar um grave quadro de insuficiência cardíaca e passar por um transplante raro, marcado por momentos de tensão, tecnologia de ponta e uma inesperada participação do seu time do coração.

De estado crítico ao centro de alta complexidade

Davi chegou à Rede D’Or no fim de setembro em estado crítico e foi transferido para o Centro de Transplantes e Cirurgias de Alta Complexidade do Hospital São Luiz Itaim, na zona sul de São Paulo. Ele estava em choque cardiogênico, quando o coração perde a capacidade de bombear sangue, e não respondia mais aos medicamentos.

Diante da gravidade, precisou ser conectado a um Dispositivo de Assistência Ventricular, uma bomba mecânica usada apenas em casos extremos no país, que substituiu temporariamente o trabalho do coração. Com o suporte funcionando, entrou na fila de transplante cardíaco como prioridade máxima.

Torcida do Flamengo por Reprodução

O coração que não bateu e a reviravolta inesperada

A cirurgia aconteceu em outubro e foi longa e delicada. Mas o momento mais angustiante veio logo após o implante: o novo coração não bateu. “É uma complicação incomum, chamada disfunção primária do enxerto, que ocorre em cerca de 7% dos transplantes cardíacos infantis”, explica Leonardo Miana, cirurgião cardíaco pediátrico responsável pelo procedimento.

O menino precisou então ser conectado ao ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), tecnologia que assume provisoriamente a função do coração e dos pulmões. “Esse foi o segundo dispositivo circulatório utilizado no tratamento do Davi. Foram tecnologias essenciais para manter o corpo funcionando enquanto o novo coração se recuperava”, reforça o médico.

Davi em comemoração com o pai, após a vitória do time na Libertadores Crédito: Arquivo pessoal 

‘Gol de virada’: o dia em que o coração voltou a bater

Foram dias de expectativa. Sedado e sem batimentos espontâneos, Davi recebeu, ainda no hospital, uma dose de emoção: a TV transmitia a semifinal da Libertadores entre Flamengo e Racing. O pai colocou o volume no máximo. A partida foi dramática, mas o Flamengo avançou.

Na manhã seguinte, para surpresa da equipe médica e da família, o novo coração de Davi começou finalmente a bater. A cena ganhou significado especial entre os profissionais e se transformou no “gol de virada” mais simbólico da vida do menino. “Ele é flamenguista e eu também. Isso criou uma conexão extra. Vivemos dias de muita emoção dentro e fora do futebol”, recorda o cirurgião Leonardo Miana.

Sete dias após o transplante, Davi pôde ser retirado do ECMO. Daí em diante, começou a receber mensagens de apoio de jogadores do Flamengo, como o zagueiro Léo Pereira, o goleiro Agustín Rossi e o volante Erick Pulgar, que enviaram vídeos incentivando sua recuperação.

Alta, final da Libertadores e um novo começo

A recuperação avançou bem e Davi recebeu alta a tempo de assistir, com a família, à final da Libertadores no último sábado (29), agora, com um novo coração. Em casa, celebrou mais uma vitória do Flamengo, desta vez como um verdadeiro campeão dentro e fora dos estádios.

Estrutura e tecnologia que salvam vidas

Segundo a equipe médica, o caso reforça a importância de centros preparados para procedimentos de altíssima complexidade. O São Luiz Itaim, referência da Rede D’Or, reuniu equipes altamente qualificadas e tecnologia avançada em cada etapa do tratamento.

“É essencial reconhecer o papel humano de cada profissional envolvido. A cirurgia e as tecnologias são parte do processo, mas a recuperação do Davi é fruto do trabalho incansável de muitos”, destaca Miana.