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Pedro Carreiro
Publicado em 5 de agosto de 2025 às 17:42
A modelo carioca Jannah Nebbeling, de 29 anos, acusa o jogador paraguaio Jorge Báez, ex-atleta do clube Olimpia, de agressão, cárcere privado e abuso sexual. Segundo ela, os crimes ocorreram durante os três anos em que mantiveram um relacionamento, entre 2022 e novembro de 2024. As ameaças e perseguições, de acordo com Jannah, continuaram até julho deste ano. >
Em relatos publicados nas redes sociais e formalizados junto às autoridades brasileiras, Jannah afirma ter sido vítima de "abusos físicos, psicológicos e até sexuais" ao longo do relacionamento. A modelo apresentou imagens que mostram escoriações pelo corpo, hematomas no rosto e ferimentos nos lábios. Em uma conta criada no Instagram, ela divulgou um vídeo em que aparece amarrada, alegando ter sido filmada durante o período em que esteve em cárcere privado no Paraguai.>
“Jorge Báez me agredia, me humilhava. Em uma ocasião, ele chegou a me amarrar com cordas numa escada, me agredir com luvas de boxe e morder minha mão. Ele me bateu com luvas de boxe dizendo que era para não machucar meu rosto, mas meus olhos ficaram roxos. Ele me controlava e abusou sexualmente de mim diversas vezes, enquanto eu estava inconsciente”, declarou Jannah.>
A modelo afirma que tentou denunciar o jogador enquanto ainda estava no Paraguai, mas foi desaconselhada por um médico local. Segundo ela, a recomendação foi motivada pelo receio de que Báez utilizasse sua suposta influência para evitar consequências legais. “Fui alertada de que ele poderia comprar a polícia”, contou.>
De acordo com Jannah, o controle exercido por Báez era total. “Fui privada de liberdade, vivi cárcere privado por um ano, filmada em situação degradante e submetida a jogos sádicos que ele chamava de diversão”, relatou. Ela afirma ter sido manipulada, isolada do mundo, e diz que o jogador teria usado dinheiro para tentar silenciar a situação.>
“Pagou inúmeras mídias para abafar. É jogador e tem um monte de privilégios. As agressões não foram apenas físicas. Foram psicológicas, constantes. Eu fui levada ao fundo do poço, desacreditada e profundamente ferida. Tenho meu rosto deformado e com cicatrizes”, desabafou.>
A fuga, segundo Jannah, aconteceu após uma viagem de 40 horas de ônibus do Paraguai até o Rio de Janeiro. Já no Brasil, ela procurou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Jacarepaguá, onde formalizou a denúncia. >
"As provas estão sendo reunidas: vídeos, prints de mensagens, áudios e relatos que mostram o padrão de violência, chantagem, coação e desumanização. O que eu vivi foi violência e tortura. A Justiça precisa ser feita”, concluiu.>