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Pedro Carreiro
Estadão
Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 15:11
Um motorista que atropelou uma multidão de torcedores do Liverpool durante as comemorações do título da Premier League foi condenado, nesta terça-feira, a mais de 21 anos e meio de prisão. O ataque deixou mais de 130 pessoas feridas e chocou a cidade inglesa. >
Paul Doyle conduzia uma minivan quando avançou contra os torcedores no dia 26 de maio, transformando a celebração em uma cena de terror que durou cerca de dois minutos. O veículo só foi parado após a intervenção de um pedestre, que conseguiu entrar no carro e forçar o motorista a interromper a ação, enquanto pessoas permaneciam presas sob o automóvel.>
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Durante a sentença no Tribunal da Coroa de Liverpool, o juiz Andrew Menary descreveu a gravidade dos atos. Segundo ele, Doyle avançou em alta velocidade, atingindo pessoas de frente, arremessando vítimas sobre o capô, passando por cima de corpos e esmagando carrinhos de bebê, o que provocou pânico generalizado entre os presentes.>
De acordo com a promotoria, o motorista agiu por raiva após se irritar por não conseguir atravessar a área congestionada para buscar amigos que haviam participado do desfile do título. Imagens da câmera instalada no painel do veículo registraram Doyle buzinando insistentemente, xingando pedestres e gritando para que saíssem da frente momentos antes dos atropelamentos.>
No mês passado, ele se declarou culpado de 31 acusações, incluindo direção perigosa, lesão corporal grave e agressão intencional. Durante os dois dias de audiência, Doyle chorou enquanto promotores exibiam vídeos explícitos do ataque e liam depoimentos emocionados de dezenas de vítimas, muitas ainda em recuperação física ou traumatizadas psicologicamente.>
Diversos torcedores relataram que, no momento do ocorrido, acreditaram estar diante de um ataque terrorista. Para o promotor Paul Greaney, no entanto, a motivação foi diferente. Segundo ele, tratou-se de “um homem enfurecido, dominado pela própria raiva”, cujas consequências foram devastadoras.>
Em depoimento à polícia, Doyle alegou ter entrado em pânico após a multidão bater em seu carro e tentar retirá-lo à força do veículo. A versão foi rejeitada pelo juiz, que a classificou como “demonstravelmente falsa”, afirmando que as pessoas apenas reagiam ao ataque em curso.>