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Nadjane Vitória: conheça a história da carateca baiana que mira o bicampeonato nacional

Inspirada pelo pai, a atleta de 17 anos agora busca patrocínio para defender seu título em Teresópolis, no Rio de Janeiro

  • Foto do(a) author(a) Alan Pinheiro
  • Alan Pinheiro

Publicado em 16 de junho de 2025 às 05:00

Com apenas 17 anos, Nadjane Vitória quer ir atrás do bicampeonato nacional de Karatê
Com apenas 17 anos, Nadjane Vitória quer ir atrás do bicampeonato nacional de Karatê Crédito: Arquivo Pessoal

Na terra conhecida por revelar tantos talentos no esporte para o mundo, existem aqueles que já chegaram aos holofotes mundiais e outros que buscam um espaço na carreira de atleta. Esse é o caso de Nadjane Vitória. Com apenas 17 anos e uma herança familiar no mundo das artes marciais, a baiana já coleciona destaques no caratê. Atual campeã brasileira, ela está na expectativa de conseguir um patrocinador para buscar o bicampeonato.

Mesmo ainda sendo jovem, já acumula seis anos de experiência no tatame. A paixão de Nadjane pelo caratê começou em 2018, quando ainda tinha 11 anos. A motivação para entrar nesse mundo estava dentro de casa. Seu pai, Julio Vitor, além de ser dono de uma faixa preta no esporte, também iniciou nas artes marciais na mesma faixa etária.

Meu pai sempre foi uma inspiração pra mim. Ver ele treinando e a disciplina que ele tinha me fez querer seguir o mesmo caminho. O que mais me atraiu no caratê foi a combinação entre técnica, foco e a chance de me superar todos os dias

Nadjane Vitória

Carateca baiana

Para alcançar o alto nível, a rotina é intensa. Nadjane treina na academia Drakon com o Sensei Sérgio Bastos três vezes por semana, complementa a preparação com treinos diários com seu pai e, aos finais de semana, integra os treinos da seleção baiana. “Minha rotina é bem dividida: estudo de manhã, faço revisões à tarde e treino no fim do dia. Também reservo tempo pra descansar e curtir um pouco”, explica.

Todo atleta aprende lições com o esporte e não seria diferente com o caratê. Nas telas do cinema, como em Karatê Kid, era de praxe perceber o caráter educativo da arte marcial japonesa. Fora da ficção, Nadjane não “tira e bota casaco” com um professor de Okinawa, mas confirma que os ensinamentos do tatame extrapolam a esfera do esporte.

O sonho

Entre os dias 31 de maio e 1º de junho, a baiana foi um dos destaques do XXVIII Campeonato Norte-Nordeste de Karatê-Dô Tradicional, realizado em Teresina, no Piauí. Competindo na categoria Juvenil, sagrou-se campeã em três modalidades: Kumitê individual, Fukugô e Kumitê por equipes.

Dentro do mundo do caratê, o atleta precisa aprender os princípios básicos, como técnicas e movimentos fundamentais. Os Katas são as sequências de movimentos desenvolvidas para ensinar essas técnicas e dar experiência de luta simulada. O Kumitê refere-se à prática de combate, onde dois praticantes interagem e aplicam as técnicas aprendidas. Já o Fukugô é a modalidade que combina uma rodada de Kata com uma rodada de Kumitê.

Durante a competição, Nadjane venceu cinco lutas contra adversárias das regiões Norte e Nordeste e destacou que encontrou mais tranquilidade neste ano em comparação com edições passadas. “Isso me deixou ainda mais confiante e animada para continuar evoluindo”, avaliou a atleta.

A trajetória de vitórias de Nadjane não é recente. Em 2024, ela conquistou o título de campeã brasileira de Kumitê em Curitiba. Com o resultado expressivo no Norte-Nordeste, agora foca em seu próximo grande desafio: o bicampeonato no Campeonato Brasileiro de 2025, que acontecerá em setembro, na cidade de Teresópolis, no Rio de Janeiro.

O sucesso da atleta contribuiu diretamente para mais uma vitória da Bahia, que se tornou campeã geral da competição. O clube que ela representa, Drakon, também teve motivos para comemorar, já que terminou a competição conquistando o título de campeão geral de clubes.

Com os olhos no futuro, a jovem não esconde sua maior ambição. “Com certeza, meu maior sonho é ser campeã mundial. Acho que todo atleta sonha com isso, e eu tô me dedicando ao máximo pra tornar isso real”, afirma, com determinação.

Para que o sonho se concretize, a atleta precisa superar a falta de patrocínio, um obstáculo comum no esporte amador brasileiro. “Estou buscando patrocínios para ajudar com os custos das viagens, já que o brasileiro vai ser no Rio e o Pan-Americano ainda vai ter a sede definida. Essas competições são muito importantes pra minha trajetória e também pra mostrar pro meu pai que todo o esforço dele em me treinar valeu a pena”.

Enquanto a ajuda não chega, Nadjane conta com a sua base mais sólida: a família. “Não sinto pressão, porque faço isso por amor mesmo. E ter minha família comigo torna tudo mais leve”, garante. A mãe cuida da logística e alimentação, o pai orienta a parte técnica e a irmã, Jaqueline, é a torcedora número um. “Esse apoio faz toda a diferença na minha jornada como atleta”, finaliza a campeã.