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Pedro Carreiro
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 14:16
A derrota do Bahia por 3x1 para o Vasco, em São Januário, na última quarta-feira (24), em jogo atrasado da 16ª rodada do Brasileirão, será lembrada, em muito, pela atuação controversa da arbitragem, que deixou ambos os lados indignados. O jogo, que era crucial para o Esquadrão tentar se reaproximar do G-4, foi decidido sob o olhar questionável do árbitro João Vitor Gobi e, principalmente, do VAR, comandado por Gilberto Rodrigues Castro Júnior. >
O Esquadrão se sentiu prejudicado por uma falta de coerência da arbitragem. Logo nos primeiros minutos de jogo, Juba recebeu uma “mãozada” no rosto, que não rendeu nem um amarelo ao volante vascaíno, enquanto Jean Lucas foi expulso por uma suposta cotovelada em Barros, após chamada do VAR. Depois, ainda houve um tapa de David no ombro de Gilberto, que passou despercebido do VAR. >
“O que deixa a gente um pouco confuso são os critérios. No lance do Jean, não sei se pega, não é uma cotovelada, ele gira o corpo. E no lance do Juba, com um minuto e meio, que o volante deles vai com a mão na cara de Juba? E no lance de David, pré-escanteio, que o Gilberto está atrás dele, ele vira e dá uma mãozada? Se o Gilberto fosse dez centímetros mais baixo e pegasse no rosto, seria expulsão”, questionou Rogério Ceni. >
Vasco 3x1 Bahia - 16ª rodada Brasileirão 2025
O comandante tricolor ainda reclamou do fato do árbitro de vídeo ter chamado o árbitro de campo para revisar um lance em que Sanabria dá uma solada em Pumita Rodríguez, que segundo Ceni, não foi nada. Sem nem falar da expulsão de Jean Lucas, que condicionou o jogo fazendo o Bahia jogar 55 minutos com um homen a menos. >
“Não tem absolutamente nada no do Sanabria. E não chama no lance do Gilberto, em que o David agride ele. Nos lances contra nós, o VAR chama até quando não tem necessidade de chamar. E nos lances que poderiam ter tido o mesmo critério da expulsão do Jean Lucas não chamam”, contestou. >
“O cara lá em cima não é condicionado? Não vou nem falar tanto no árbitro, mas o cara lá em cima dá o direcionamento que ele quer no jogo. Um jogo importante definido por um cara no ar-condicionado do VAR, que chama no lance que ele quer, determina uma expulsão que muda tudo”, acrescentou. >
Se por um lado o Bahia reclamou da expulsão de Jean Lucas e algumas não expulsão do adversário, por outro, o Vasco sentiu-se prejudicado pela falta de cartões vermelhos para os outros jogadores tricolores. O técnico Fernando Diniz e o diretor executivo Admar Lopes foram incisivos ao avaliar que o time baiano deveria ter terminado o jogo com até três expulsões. >
Diniz focou seus argumentos na solada de Sanabria em Puma Rodríguez, no segundo tempo, que foi chamada para revisão para o VAR. Para o treinador, o vermelho era claro, mas evitou comentar os lances polêmicos favoráveis ao Vasco. >
“Acredito que mesmo tendo a expulsão, o outro lance foi para expulsão, claramente, e o critério de se apitar foi modificando. Começa apitando de um jeito que parece que vai deixar o jogo correr mais. Aí tem a expulsão, começa a picotar o jogo. O VAR tem as imagens, foi para expulsão. Eu não sei dos outros lances, se teve algum contra o Vasco, eu não vi. Eu vi os lances muito claramente no VAR. Quando o VAR chamou, estava lá para todo mundo ver”, comentou Diniz. >
Má fase do Bahia na temporada 2025
A indignação foi ainda mais forte na fala de Admar Lopes, que fez questão de se pronunciar antes da coletiva de Diniz e ressaltar uma entrada de Rezende em Philippe Coutinho no começo do jogo. O dirigente classificou a arbitragem como "escandalosa" e que colocou a integridade física dos jogadores do Vasco em risco. >
“Este senhor que veio aqui arbitrar hoje... houve três situações claras de expulsão. E nem está em causa a intenção dos jogadores do Bahia ou não. Não há nada contra os jogadores do Bahia. É simplesmente que, quando toda a gente defende a qualidade do futebol brasileiro, os jogadores com qualidade e o espetáculo do futebol brasileiro, tem árbitros que não defendem o espetáculo”, disse o dirigente. >
O clima de insatisfação transbordou ainda durante o intervalo. A súmula do jogo relatou que o presidente do Vasco, Pedrinho, dirigiu-se à equipe de arbitragem com xingamentos. Revoltado com a falta de um cartão vermelho para Rezende pela entrada em Coutinho, Pedrinho teria dito: "Isso é uma vergonha o que você está fazendo aqui dentro! [...] Você tá f*****! Pode pôr no relatório! Pode me relatar!". >
A opinião especializada reforçou a sensação de arbitragem inconsistente. O comentarista Paulo Cesar de Oliveira (PC), do Troca de Passes, analisou que o Vasco teve motivos para reclamar. Para ele, Sanabria era, de fato, para expulsão, assim como a de Rezende em Coutinho. Com relação a expulsão de Jean Lucas, PC avaliou que o cartão amarelo seria mais adequado, sugerindo que a ação do VAR pode ter sido uma tentativa de compensar o erro anterior no lance de Rezende. >